Protótipo didático demonstra o efeito da pressão intracraniana sobre a pressão de perfusão cerebral
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v101i6e-196560Palavras-chave:
Estudo de Prova de Conceito, Pressão Intracraniana, Circulação Cerebrovascular, BiofísicaResumo
A pressão de perfusão cerebral (PPC) resulta da diferença entre pressão arterial média e pressão intracraniana (PIC). A compreensão dos princípios biofísicos que explicam como a PIC influencia a PPC exigem abstração e podem ser explicados por analogia utilizando protótipos de baixo custo. Objetivo: Apresentar um protótipo didático desenvolvido com materiais recicláveis que mostre a influência da PIC sobre a PPC. Método: Foi construído um protótipo com uma garrafa PET de 200 ml, ultrapassada por 6cm de uma bola de látex (padrão 5:150cm), simulando, respectivamente, o crânio e um vaso cerebral. Uma seringa de 10ml foi conectada ao PET para reduzir o volume do sistema e elevar a pressão no seu interior. Um bulbo de látex, com válvula unidirecional, foi conectado à bola através de um equipo de duplo lúmen, no qual um dos ramos foi utilizado para direcionar fluxo de ar para a bola. Para demonstrar a variação de pressão no interior do PET (∆P1) e da bola de látex (∆P2) foram utilizados dois manômetros aneroides (M1 e M2, respectivamente) conectados com mangueiras de látex. Todas as conexões foram vedadas com silicone. Resultados: A compressão do êmbolo da seringa reduziu o volume do sistema e aumentou ∆P1 = 30mmHg, implicando colapso da bola, elevação da resistência à passagem do fluxo de ar (com um aumento de ∆P2 = 30mmHg em M2) quando o bulbo era pressionado. Uma maior sensação de esforço manual para comprimir o bulbo foi percebida com ∆P1 aumentado. O protótipo permitiu a analogia intuitiva garrafa PET /crânio e bola/ vaso sanguíneo, sendo possível perceber como a elevação da PIC altera a PPC. Conclusão: Protótipos com materiais de baixo custo são ferramentas intuitivas e de fácil acesso que podem ser utilizados para ilustrar didaticamente os fenômenos biofísicos fundamentais da PIC sobre a PPC em humanos.
Downloads
Referências
Smith M. Cerebral perfusion pressure. Br J Anaesth. 2015;115(4):488-90. doi: https://doi.org/10.1093/bja/aev230
Giugno KM, Maia TR, Kunrath CL, Bizzi JJ. Tratamento da hipertensão intracraniana. J Pediatr (Rio J). 2003;79(4):287-96. doi: https://doi.org/10.1590/S0021-75572003000400005
Schwan G, Saraiva CAS. Pressão intracraniana, pressão arterial média e fluxo sanguíneo cerebral de um paciente neurológico durante atendimento fisioterapêutico na UTI. Fisioter Bras. 2009;10(1):59-63. doi: https://doi.org/10.33233/fb.v10i1.1501
Schizodimos T, Soulountsi V, Iasonidou C, Kapravelos N. An overview of management of intracranial hypertension in the intensive care unit. J Anesth. 2020;34(5):741-57. doi: https://doi.org/10.1007/s00540-020-02795-7
Chisholm P, Anpalaham M. Orthostatic hypotension: pathophysiology, assessment, treatment and the paradox of supine hypertension. Intern Med J. 2017;47(4):370-79. doi: https://doi.org/10.1111/imj.13171
O’Mara G, Lyons D. Postprandial hypotension. Clin Geriatr Med. 2002;18(2):307-21. doi: https://doi.org/10.1016/S0749-0690(02)00012-5
Kallikazaros IE. Arterial hypertension. Hellenic J Cardiol. 2013;54(5):413-15. Disponível em: https://www.hellenicjcardiol.org/archive/full_text/2013/5/2013_5_413.pdf
Alnemari AM, Krafcik BM, Mansour TR, Gaudin D. A Comparison of pharmacologic therapeutic agents used for the reduction of intracranial pressure after traumatic brain injury. World Neurosurg. 2017;106:509-28. doi: https://doi.org/10.1016/j.wneu.2017.07.009
Toledo C, Garrido C, Troncoso E, Lobo SM. Efeitos da fisioterapia respiratória na pressão intracraniana e pressão de perfusão cerebral no traumatismo cranioencefálico grave. Rev Bras Ter Intens. 2008;20(4):339-43. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-507X2008000400004
Sonig A, Jumah F, Raju B, Patel NV, Gupta G, Nanda A. The historical evolution of intracranial pressure monitoring. World Neurosurg. 2020;138:491-97. doi: https://doi.org/10.1016/j.wneu.2020.03.028
Lavinio A, Menon DK. Intracranial pressure: why we monitor it, how to monitor it, what to do with the number and what’s the future? Curr Opin Anaesthesiol. 2011;24(2):117-23. doi: https://doi.org/10.1097/ACO.0b013e32834458c5
Tobase L, Takahashi RT. Nursing teaching in middle level of a technical course: the use of a facilitator strategy with recyclable material. Rev Esc Enferm USP. 2004;38(2):175-80. doi: https://doi.org/10.1590/S0080-62342004000200008
Nagato AC, Diniz MF, Bandeira ACB, Bezerra FS. Protótipo de ventilação mecânica espontânea e artificial. Saúde Pesqui. 2012;5(3):495-500. Disponível em: https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/saudpesq/article/view/2453/1806
Martins I, Sampaio A da G, Simões G dos S, Corrêa JGB, Senkiio CS, Fujii LC, Vegian MR da C, Oliveira e Campos MAC de, Leite LDP, Paiva CA de, Rodgher S, Koga-Ito CY. Aplicação de protótipo de microscópio de baixo custo como estratégia para o ensino de ciências e conscientização ambiental. Rev Extensão Inst Federal Catarinense. 2021;8(15):191-207. doi: https://doi.org/10.21166/rext.v8i15.1963
Kim AM, Speed CJ, Macaulay JO. Barriers and strategies: implementing active learning in biomedical science lectures. Biochem Mol Biol Educ. 2019;47(1):29-40. doi: https://doi.org/10.1002/bmb.21190
De Oliveira DA, Lessa RS, Robeiro SCS, Vasconcelos PF. The visual practice: the infographic as a facilitating tool for learning in medical school. Rev Bras Educ Med. 2020;44(4):1-6. doi: https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.4-20200158.ING
Mairot LTS, Costa BBG, Heringer TPM, Borges RC, Moura EP. As artes na educação médica: revisão sistemática da literatura. Rev Bras Educ Med. 2019;43(4):54-64. doi: https://doi.org/10.1590/1981-52712015v43n4RB20180146
Stocchetti N, Maas AIR. Traumatic intracranial hypertension. N Engl J Med. 2014;370(22):2121-30. doi: https://doi.org/10.1056/NEJMra1208708
Rangel-Castillo L, Gopinath S, Robertson CS. Management of intracranial hypertension. Neurol Clin. 2008;26(2):521-41. doi: https://doi.org/10.1016/j.ncl.2008.02.003
Czosnyka M, Pickard JD, Steiner LA. Principles of intracranial pressure monitoring and treatment. Handb Clin Neurol. 2017;140:67-89. doi: https://doi.org/10.1016/B978-0-444-63600-3.00005-2
Leal RBL. A discussão contemporânea do saber-fazer do professor. Fortaleza: Universidade de Fortaleza. Programa de Capacitação e Atualização Pedagógica Permanente para Docentes da UNIFOR. Curso: A didática do ensino superior; 2004. [mimeo]
Gomes AMA. Os saberes e o fazer pedagógico: uma integração entre teoria e prática. Educar Rev. 2006;28:231-46. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-40602006000200015
Villani A, Pacca JLA. Construtivismo, conhecimento científico e habilidade didática no ensino de ciências. Rev Faculdade Educ. 1997;23(1-2):196-214. doi: https://doi.org/10.1590/S0102-25551997000100011.
Freitas H. Formação de professores no Brasil. Educ Soc. 2002;23(80):136-67. doi: https://doi.org/10.1590/S0101-73302002008000009
Gouveia MSF. Cursos de ciências para professores de primeiro grau: elementos para uma política de formação continuada. Educ Filos. 1994;8(15):123-26. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/1062/963
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Marcus Roberto Magalhães Cassani, Victor Toledo Guilarducci, Rodrigo Hohl, Carlos Alberto Mourão Júnior, Akinori Cardozo Nagato
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-sa/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.