Hanseníase em uma região semiárida da Bahia: uma análise de 2001 a 2017
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v102i2e-201518Palavras-chave:
Hanseníase, Diagnóstico, Epidemiologia, Perfil de saúdeResumo
Objetivo: Avaliar o perfil clínico-epidemiológico dos casos de hanseníase em uma região semiárida da Bahia. Método: Trata-se de um estudo corte transversal, realizado a partir de dados de 167 prontuários de pacientes diagnosticados com hanseníase e atendidos em uma Unidade de Saúde da Família em Paulo Afonso, Bahia, no período de 2001 a 2017. Resultados: A taxa anual de detecção de casos novos foi 9 por 100 mil habitantes. Dos 167 pacientes, 111 (66,5%) eram do sexo feminino; 49 (29,3%) tinham entre de 31 e 45 anos. A proporção de casos com menos de 15 anos foi de 10,8%. A hanseníase tuberculóide foi a forma mais comum (55,1%) e a proporção de hanseníase paucibacilar foi de 64,1%. Comparada à classificação operacional, a forma clínica demonstrou 94,9% de acerto e uma concordância quase perfeita (κ = 0,888). Efeitos adversos foram relatados em 25 (15%) pacientes com hanseníase. Conclusão: Casos de hanseníase têm sido notificados em Paulo Afonso, tornando o município uma área de média endemicidade. O fortalecimento das medidas de controle da hanseníase deve ser priorizado para eliminar a doença nesta região.
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