Análise da situação da incidência de sífilis congênita e perfil epidemiológico materno em Santa Catarina entre 2020 e 2021
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v103i4e-216663Palavras-chave:
Sífilis, Gestante, Epidemiologia, pré-natalResumo
Objetivo: Avaliar a incidência de sífilis congênita e o perfil epidemiológico materno no estado de Santa Catarina em tempos de pandemia. Metodologia: Pesquisa quantitativa, com delineamento transversal com dados secundários referente ao período de 2020 e 2021. O desfecho foram os casos notificados de sífilis congênita e as variáveis de exposições foram as sociodemográficas maternas. A análise de dados foi realizada através do software SPSS. Foram realizadas análises descritivas, apresentando as frequências absolutas e relativas, com respectivos intervalos de confiança de 95%. Resultados: A incidência de sífilis congênita no ano de 2021 foi 6,7 casos/1.000 nascidos vivos, e no ano de 2020 foi de 5,8 casos/1.000 nascidos vivos. Os casos estavam concentrados nas regiões do Meio Oeste e Serra (10,7%) e Grande Florianópolis (8,8%). A maioria das mães tinham idade entre 20 e 34 anos (71,5%), residiam na Grande Florianópolis (23,2%), cor de pele branca (82,7%), ensino médio completo (49,1%). A maioria das mães, realizaram o pré-natal (89,5%) e tiveram diagnóstico de sífilis durante o pré-natal (69,5%), apenas 16,1% realizaram o tratamento adequadamente e 69,6% dos parceiros não realizaram o tratamento concomitantemente. No que se refere à evolução final dos recém-nascidos, 88,3% tiveram evolução favorável, enquanto que 6,7% evoluíram para aborto, 4,8% foram a óbito por sífilis congênita. Conclusão: Aponta-se alta incidência de sífilis congênita no estado de Santa Catarina. Considerando que há diversas estratégias para o enfrentamento da sífilis no Brasil, torna-se fundamental a identificação das falhas na implementação das medidas de controle, assim como a busca de estratégias de prevenção da transmissão vertical, assim como a busca de estratégias de prevenção da transmissão vertical através da assistência de pré-natal eficaz e de qualidade. É fundamental o direcionamento de novas estratégias e ações de promoção e prevenção da saúde durante a gestação, garantindo o acesso e a continuidade do pré-natal e a integralidade do cuidado.
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