Comparação dos modelos de trabalho na atenção primária em saúde por meio da análise de indicadores de desempenho
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v103i3e-219245Palavras-chave:
Atenção primária em saúde, Avaliação em saúde, Gestão da qualidade, Tecnologia de baixo custoResumo
Este estudo tem como objetivo comparar dois modelos de trabalho assistencial desenvolvidos na Atenção Primária em Saúde (APS), por meio da avaliação dos resultados de indicadores de desempenho postulados pelo Programa Previne Brasil para comparação de performance de duas unidades de APS de Ribeirão Preto-SP, com populações adscritas semelhantes: a primeira com um modelo de trabalho convencional (Estratégia Saúde da Família – ESF), denominada Unidade A, e a segunda, de composição “parametrizada” (Equipe de Atenção Básica – EAB), denominada Unidade B. Os dados foram obtidos por meio do sistema Hygia, do e-Gestor AB e de dados estatísticos de B.I. (Business Inteligence), entre janeiro e dezembro de 2021. A unidade A alcançou um Indicador Sintético Final (ISF), representado pela média das notas ponderadas dos indicadores de cada unidade, equivalente ao valor de 6 para o ano de 2021, enquanto a Unidade B registrou um ISF de 3,4 no mesmo período, verificando-se que o modelo de Estratégia Saúde da Família (ESF) demonstrou um desempenho superior à Equipe de Atenção Básica (EAB) parametrizada, com uma discrepância percentual de 76,47%. De acordo com os indicadores do Programa Previne Brasil para o ano de 2021, o desempenho na gestão do processo de trabalho do modelo de assistência denominado ESF convencional foi maior que o do modelo denominado EAB parametrizada, com uma diferença superior a 75%.
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