Avanços e desafios da política nacional de cuidados paliativos no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v103i3e-225623Palavras-chave:
Cuidados Paliativos , Política de Saúde, Equipe de Assistência ao PacienteResumo
Prezados Editor e leitores, os cuidados paliativos visam melhorar a qualidade de vida de pacientes e suas famílias enfrentando doenças graves, prevenindo e aliviando o sofrimento através da identificação precoce e tratamento da dor e problemas físicos, psicossociais e espirituais. No Brasil, onde a necessidade de tais cuidados é alarmante, aproximadamente um milhão de brasileiros necessitam de cuidados paliativos, mas a oferta é insuficiente. A maioria dos serviços está concentrada em grandes centros urbanos, deixando muitas pessoas sem o suporte necessário, enfrentando dores que poderiam ser mitigadas com um tratamento adequado. A promulgação da Portaria GM nº 3681, que institui a Política Nacional de Cuidados Paliativos no Sistema Único de Saúde (SUS), representa um passo significativo na regulamentação e expansão desses cuidados, proporcionando uma base legal para o desenvolvimento de serviços especializados. Para a efetiva implementação da Política Nacional de Cuidados Paliativos, é necessário superar diversos desafios, incluindo a capacitação dos profissionais de saúde e o combate ao estigma relacionado a esses cuidados. Atualmente, há uma lacuna significativa na formação de médicos e outros profissionais sobre cuidados paliativos, resultando em uma assistência inadequada. A política prevê a implementação de cuidados paliativos por equipes matriciais e assistenciais em todo o território nacional, mas é crucial aumentar o investimento em recursos materiais, tecnológicos e educacionais. Somente com um esforço conjunto de gestores, profissionais de saúde e sociedade civil será possível garantir um cuidado digno e humanizado para todos os pacientes que necessitam de cuidados paliativos no Brasil.
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