Análise epidemiológica da Sífilis Congênita no Brasil entre 2019 - 2022

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v103i4e-226709

Palavras-chave:

Sífilis congênita, Gravidez de Alto Risco, Transmissão Vertical de Doenças Infecciosas, Determinantes Sociais da Saúde

Resumo

Objetivo: Realizar estudo epidemiológico acerca dos casos notificados de sífilis congênita entre os anos de 2019 a 2022. Metodologia: Estudo quantitativo e retrospectivo, a partir de dados coletados no Sistema de Informações e Agravos de Notificação (SINAN) referentes ao período de  2019  a  2022,  disponível  nos  Departamento  de  Informática  do  Sistema  Único  de  Saúde (DATASUS).  As informações obtidas foram: estratificação dos casos por região brasileira, faixa etária, raça, escolaridade, realização do pré-natal, tratamento e evolução clínica da criança. Resultados:  Foram notificados 102.356 casos de sífilis congênita em crianças menores de 1 ano de idade confirmados por meio do SINAN no Brasil, entre 2019 e 2022, no qual destaca-se maior concentração de casos na região Sudeste cerca de 28,57% dos casos. Houve uma maior proporção de casos entre mães com idades entre 20 e 29 anos (57,10%), pardas (58,63%) e com ensino médio completo (19,88%). A proporção de realização do pré-natal se manteve acima de 80%, no entanto, o percentual de mães com tratamento inadequado ou não realizado também permaneceu acima de 80%. A proporção de crianças que sobreviveram foi superior a 87%. Conclusão: Evidencia-se tendência preocupante à persistência dos casos de sífilis congênita no Brasil, diante desse cenário, é imperioso o incentivo à adoção de medidas abrangentes que visem o acesso aos serviços de saúde e conscientização da população, a fim de fortalecer os sistemas de vigilância epidemiológica.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Penner J, Hernstadt H, Burns JE, Randell P, Lyall H. Stop, think SCORTCH: rethinking the traditional “TORCH” screen in an era of re-emerging syphilis. Arch Dis Childhood. 2020;106(2):117-24. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32586930/ Doi:10.1136/archdischild-2020-318841

O’Connor M, Kleinman S, Goff M. Syphilis in pregnancy. J Midwifery Women’s Health [Internet]. 2008;53(3):e17-21. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18455089/ Doi:10.1016/j.jmwh.2008.02.008

Ministério da Saúde. Manual de gestação de alto risco Brasília - DF 2022 VERSÃO PRELIMINAR [Internet]. 2022. https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2022/03/manual_gestacao_alto_risco.pdf

Stafford I, Workowski KA, Bachmann LH. Syphilis Complicating Pregnancy and Congenital Syphilis. PubMed. 2024;390(3):242-53. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38231625/ Doi: 10.1056/NEJMra2202762

Paixão ES, Andrêa Jf Ferreira, Santos, Rodrigues LC, Rosemeire Fiaccone, Salvi L, et al. Mortality in children under 5 years of age with congenital syphilis in Brazil: A nationwide cohort study. 2023;20(4):e1004209-9. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10081765/ Doi: 10.1371/journal.pmed.1004209

Boletim Epidemiológico de Sífilis - Número Especial | Out.2023 — Ministério da Saúde [Internet]. www.gov.br. https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2023/boletim-epidemiologico-de-sifilis-numero-especial-out.2023/view.

Ministério da Saúde. Agenda estratégica para redução da sífilis no Brasil 2020-2021 [Internet]. 2021. https://www.gov.br/aids/pt-br/central-de-conteudo/publicacoes/2021/agenda-estrategica-de-sifilis-2020-2021/view

Maria N, Machado S. Universidade Aberta. 2022 Dec. https://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/12743/1/TMEMU_NadiaMachado.pdf

Wicher V, Wicher K. Pathogenesis of Maternal‐Fetal Syphilis Revisited. Clin Infec Dis. 2001;33(3):354-63. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11438902/ doi: 10.1086/321904

Gao R, Liu B, Yang W, Wu Y, Wang B, Santillan MK, et al. Association of Maternal Sexually Transmitted Infections With Risk of Preterm Birth in the United States. JAMA Network Open. 2021;4(11):e2133413. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34842927/ doi: 10.1001/jamanetworkopen.2021.33413

Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis. NOTA TÉCNICA No 14/2023-.DATHI/SVSA/MS [Internet]. 2023. https://www.gov.br/aids/pt-br/central-de-conteudo/notas-tecnicas/2023/sei_ms_-_0034352557_-_nota_tecnica_penicilina.pdf/

Ministério da Saúde. Doenças e Agravos de Notificação – 2007 em diante (SINAN) – DATASUS [Internet]. https://datasus.saude.gov.br/acesso-a-informacao/doencas-e-agravos-de-notificacao-de-2007-em-diante-sinan/

Congenital syphilis reported rate per 100 000 live births, reported [Internet]. www.who.int. https://www.who.int/data/gho/data/indicators/indicator-details/GHO/congenital-syphilis-rate-per-100-000-live-births

Amorim EKR, Matozinhos FP, Araújo LA, Silva TPR. Tendência dos casos de sífilis gestacional e congênita em Minas Gerais, 2009-2019: um estudo ecológico. Epidemiol Serv Saúde. 2021;30(4). https://www.scielo.br/j/ress/a/C9HNFpTnZV4DjHJJpkkwtGP/?lang=pt. doi: 10.1590/S1679-49742021000400006

Macêdo VC, Romaguera LMD, Ramalho MOA, Vanderlei LCM, Frias PG, Lira PIC. Sífilis na gestação: barreiras na assistência pré-natal para o controle da transmissão vertical. Cad Saúde Colet. 2020;28(4):518-28. https://www.scielo.br/j/cadsc/a/VRdb5W4cRvgYCq7gYHcqB4x/. doi:10.1590/1414-462X202028040395

Cerqueira LRP, Monteiro DLM, Taquette SR, Rodrigues NCP, Trajano AJB, Souza FM, et al. The magnitude of syphilis: from prevalence to vertical transmission. Rev Inst Med Trop São Paulo. 2017;59(0). https://www.scielo.br/j/rimtsp/a/WTknyQtr98xBxzbBWZLbYHM/abstract/?lang=en. Doi: 10.1590/S1678-9946201759078

Heringer ALS, Kawa H, Fonseca SC, Brignol SMS, Zarpellon LA, Reis AC. Desigualdades na tendência da sífilis congênita no município de Niterói, Brasil, 2007 a 2016. Rev Panamer Salud Pública [Internet]. 2020;44:1. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7001125/. doi: 10.26633/RPSP.2020.8

Soares R, Domingues M, Fernandes Viellas E, Augusto M, Dias B, Torres J, et al. Investigación original / Original research. Rev Panam Salud Publica [Internet]. 2015;37(3):140-7. https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2018/07/v37n3a03.pdf.

Reis GJ, Barcellos C, Pedroso MM, Xavier DR. Diferenciais intraurbanos da sífilis congênita: análise preditiva por bairros do Município do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública. 2018;34(9):e00105517. https://doi.org/10.1590/0102-311X00105517

Rigo FL, Romanelli RM de C, Oliveira IP, Anchieta LM. Assistance and educational factors associated to congenital syphilis in a referral maternity: a case-control study. Rev Bras Saúde Materno Inf [Internet]. 2021 Mar;21(1):127-37. https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/G3MQpZDHsZqkVZSpChsvPBR/?format=pdf&lang=pt Doi: 10.1590/1806-93042021000100007

Lopes Pereira A, Ribeiro Da Silva L, Palma L, Coutinho L, Moura L, De Assis Moura M, et al. Impacto do grau de escolaridade e idade no diagnóstico tardio de sífilis em gestantes Impact of educational level and age on late diagnosis of syphilis in pregnant women. 2020;48(9):563-70. https://docs.bvsalud.org/biblioref/2020/10/1122585/femina-2020-489-563-567.pdf

Machado MF, França BSR, Farias MLSA, Costa MI. Women and the racial issue of syphilis in Brazil: a trend analysis (2010-2019). RSD [Internet]. 2022;11(1):e51511125202. https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/25202 Doi: 10.33448/rsd-v11i1.25202

Torres PMA, Reis AR de P, Santos AST, Negrinho NBS, Menegueti MG, Gir E. Factors associated with inadequate treatment of syphilis during pregnancy: an integrative review. Rev Bras Enf. 2022;75(6): e20210965. Doi: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2021-0965

Padovani C, de Oliveira RR, Pelloso SM. Syphilis in during pregnancy: association of maternal and perinatal characteristics in a region of southern Brazil 1. Rev Latino-Americana Enf [Internet]. 2018;26:e-3019. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6091379/ Doi: 10.1590/1518-8345.2305.3019

Araújo MAL, Andrade RFV, Barros VL, Bertoncini PMRP, Araújo MAL, Andrade RFV, et al. Fatores associados aos desfechos desfavoráveis provocados pela Sífilis na gestação. Rev Bras Saúde Materno Inf [Internet]. 2019;19(2):411-9. http://old.scielo.br/scielo.php?pid=S1519-38292019000200411&script=sci_arttext&tlng=pt Doi: 10.1590/1806-93042019000200009

Magalhães DMS, Kawaguchi IAL, Dias A, Calderon IMP. Sífilis materna e congênita: ainda um desafio. Cad Saúde Pública. 2013;29(6):1109-20. https://scielo.br/j/csp/a/WM4wjfcJBy9Yb4FTvjhvCDz/ Doi: 10.1590/S0102-311X2013000600008

Soares de Oliveira SB, Rodrigues R, Maciel R, Gomes L. Análise epidemiológica de casos notificados de sífilis Epidemiological analysis of reported cases of syphilis [Internet]. https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/09/913366/16294-98.pdf

Oliveira LR, Câmara MMGC, Valle MG, Alves FC, Assis FCM, Takatsu E, et al. Autoconhecimento das gestantes sobre a sífilis congênita. Braz J Hea Rev. 2024;7(2):e68011. https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/68011 doi: 10.34119/bjhrv7n2-087

Souza TO, Tesser Junior ZC, Hallal ALC, Pires ROM, Cascaes AM. Prevalência de atividade sexual desprotegida na população brasileira e fatores associados: Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. Epidemiol Serv Saúde. 2022;31:e2022234. https://www.scielo.br/j/ress/a/n5znS4MsKwPb8pp9PBxzkvh/?lang=pt Doi: 10.1590/S2237-96222022000200027

Publicado

2024-08-29

Edição

Seção

Artigos Originais/Originals Articles

Como Citar

Abrão, R. M., Mendes, E. T. C., Pinheiro , D. I. de A., Albani, P. P. S., & Cimini , C. C. R. . (2024). Análise epidemiológica da Sífilis Congênita no Brasil entre 2019 - 2022. Revista De Medicina, 103(4), e-226709. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v103i4e-226709