Perfil demográfico dos pacientes em cuidados paliativos: um estudo hospitalar para orientar políticas públicas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v104i4e-227277Palavras-chave:
Medicina hospitalar, Hospital, Medicina paliativa, Cuidados paliativosResumo
O envelhecimento da população mundial é uma realidade, assim como o aumento da incidência de doenças oncológicas e crônico degenerativas. Apesar da melhoria de qualidade de vida em decorrência do avanço tecnológico, o sofrimento vivenciado pelas pessoas com tais doenças é uma realidade e a necessidade de se conhecer a respeito dos cuidados paliativos nunca foi tão imperiosa. A efetivação da Política Nacional de Cuidados Paliativos deve promover a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e seus familiares, além de otimizar os recursos do sistema de saúde. Diante do exposto, torna-se patente a necessidade de aprofundar os estudos sobre cuidados paliativos no país, com ênfase no perfil dos pacientes que já recebem essa modalidade de atenção, inclusive no cenário hospitalar, com seus desafios inerentes. O estudo objetiva descrever o perfil demográfico e os aspectos de saúde relacionados à internação de pacientes acompanhados por um Serviço de Cuidados Paliativos, uma vez que descrevem os principais grupos de patologias que levaram os participantes a internação, bem como, a torná-los elegíveis à paliação. Foram levantados dados de 721 pacientes com idade média de 78 anos entre os homens e 82 anos entre as mulheres. Dentre os participantes, 73% se encontravam acima dos 60 anos, com maior prevalência de avaliações entre os 71 e 80 anos. Com relação às patologias que levaram à internação, observou-se 13% de falências orgânicas (insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica e doença renal crônica), 32,5% de causas oncológicas e 32,5% de causas neurológicas (acidente vascular cerebral e demências) e 88% dos pacientes já se encontravam totalmente restritos ao leito no momento da primeira avaliação. Dos pacientes avaliados 74% faleceram durante a internação e 26% receberam alta hospitalar. 100% dos pacientes avaliados com PPS de 10 faleceram na internação; 85% dos com PPS de 20 faleceram na internação; 75% dos que apresentaram PPS de 30 faleceram na internação. O tempo médio geral calculado entre a internação e a solicitação do parecer para cuidados paliativos foi de 8 dias.
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