Tradução, adaptação transcultural e validação de escala para avaliar o profissionalismo entre estudantes de medicina*

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v103i5e-227917

Palavras-chave:

Profissionalismo, Educação médica, Estudantes de medicina

Resumo

Introdução: o profissionalismo do médico deve estar presente não só nos atributos técnicos, como tomadas de decisão e raciocínio clínico, mas também atributos pessoais e interpessoais, como empatia, ética, compromisso, senso de responsabilidade social, altruísmo, trabalho em equipe e confidencialidade. Contudo, esses atributos devem ser trabalhados já durante o curso médico e inclui a necessidade de serem avaliados. Objetivo: Traduzir, adaptar transculturalmente e validar uma escala para avaliar profissionalismo em estudantes de medicina. Método: Foi realizado estudo metodológico de validação da Professionalism Assesment Scale for Medical Students desenvolvida na Eslovênia e autorizada pela autora principal. O estudo foi desenvolvido em quatro fases:  fase de tradução e retradução; fase de adaptação transcultural; fase de teste e reteste; e fase de aplicação final da escala. A população do estudo na fase final foi composta por estudante de medicina e a amostra foi de conveniência. O questionário foi elaborado através do software aberto LimeSurvey e disponibilizado via link em redes sociais.  A análise de dados foi realizada no Epi Info 7.2.4.0 e estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição. Resultados: Participaram 82 discentes, com idade média de 21 anos (DP = 1,8) e predominância do gênero masculino. Antes de responderem a Escala de Avaliação de Profissionalismo (EAP), 73,2% afirmaram saber definir o que era profissionalismo e 47,3% afirmaram ter parente médico. Os participantes alcançaram pontuações muito altas na EAP, com apenas 4 participantes (4,88%) pontuando menos do que 100. A média de pontuação foi de 107 numa escala de no máximo 110 pontos. A EAP apresentou um coeficiente alfa de Cronbach de 0,7. Conclusão: O estudo revelou que os estudantes da instituição de ensino possuem um elevado grau de profissionalismo e a validação da escala em sua etapa final alcançou nível de confiabilidade aceitável, podendo ser usada em outros estudos.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Edvaldo da Silva Souza, Faculdade Pernambucana de Saúde

    Edvaldo da Silva Souza Graduação em Medicina, Mestrado em Imunologia das Doenças Infecciosas pela London School of Hygiene and Tropical Medicine - University of London em 1994 e o Doutorado em Saúde Materno Infantil pelo Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP) em 2010. Foi Coordenador do Curso de Medicina (até fevereiro de 2013) Atualmente é Membro do Colegiado do Mestrado em Educação em Saúde da Educação em Saúde da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), Membro Titular da Academia Pernambucana de Medicina e Professor e Coordeandor r da pós-graduação da FPS. Foi professor visitante da Facoltà di Medicina e Chirurgia da Università di Bologna, Itália; Foi consultor Temporário da Unidade de Recursos Humanos da Organização Pan-americana de Saúde, Washington-DC, USA. Atua ainda como Revisor dos periódicos Revista Brasileira de Saúde Materno-Infantil e Revista Brasileira de Educação Médica [índice h: 10].. Atualmente orienta 8 alunos de Iniciação Científica, 2 alunos de Mestrado. Publicou 11 artigos em periódicos especializados e 46 trabalhos em anais de eventos. Possui 18 capítulos de livros publicados e 86 itens de produção técnica. Participou de 15 eventos científicos no exterior e 162 no Brasil. Recebeu 13 prêmios e/ou homenagens. Em seu currículo lattes, os termos mais frequentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: HIV, AIDS, transmissão vertical, terapia antirretroviral, imunodeficiências primárias, educação médica e educação interprofissional. Foi coordenador do Serviço de Atendimento Especializado e Hospital -Dia (SAE-HD) em HIV/Aids do IMIP de 1992 a 2006, e vice-coordenador de 2006 até data atual. Os recurso humanos do SAE-HD incluem 6 pediatras, 4 infectologistas, ginecologista-obstetra, 1 cirurgião plástico, 2 odontólogas, 2 enfermeiras, 1 psicóloga, 1 assistente social, 3 técnicos de enfermagem, 3 auxiliares administrativos, 1 auxiliar de limpeza e 2 coletadores de sangue.

  • Gabriel Araújo Saldanha, Faculdade Pernambucana de Saúde

    Possui ensino fundamental (primeiro grau) completo pelo Colégio Eximius e pelo Colégio Grupo Gênese de Ensino - GGE. Possui ensino médio (segundo grau) completo pelo Colégio Grupo Gênese de Ensino - GGE. Acadêmico do 7º período do curso de medicina na Faculdade Pernambucana de Saúde - FPS.

  • Rodrigo Albuquerque Fernandes Nóbrega, Faculdade Pernambucana de Saúde

    Concluiu o ensino médio no colégio Santa Maria em 2016. Faz graduação em medicina na Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), atualmente cursando o 412 período.

Referências

Mak-van der Vossen M, Teherani A, van Mook W, Croiset G, Kusurkar RA. How to identify, address and report students' unprofessional behaviour in medical school. Med Teach. 2020;42(4):372-9. Doi: 10.1080/0142159X.2019.1692130. Epub 2019 Dec 27.

Barnhoorn PC, Houtlosser M, Ottenhoff-de Jonge MW, Essers GTJM, Numans ME, Kramer AWM. A practical framework for remediating unprofessional behavior and for developing professionalism competencies and a professional identity. Med Teach. 2019;41(3):303-8. Doi: 10.1080/0142159X.2018.1464133. Epub 2018 Apr 27.

Brasil. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. Resolução nº 3 CNE/CES, de 20 de Junho de 2014. Diário Oficial da União. 6 Jun 2014.

Birden H, Glass N, Wilson I, Harrison M, Usherwood T, Nass D. Defining professionalism in medical education: a systematic review. Med Teach. 2014;36(1):47-61. Doi: 10.3109/0142159X.2014.850154. Epub 2013 Nov 19.

Fargen KM, Drolet BC, Philibert I. Unprofessional Behaviors Among Tomorrow's Physicians: Review of the Literature With a Focus on Risk Factors, Temporal Trends, and Future Directions. Acad Med. 2016;91(6):858-64. Doi: 10.1097/ACM.0000000000001133.

Sattar K, Roff S, Meo SA. Your professionalism is not my professionalism: congruence and variance in the views of medical students and faculty about professionalism. BMC Med Educ. 2016;8;16(1):285. Doi: 10.1186/s12909-016-0807-x.

Kim S, Choi S. The Medical Professionalism of Korean Physicians: Present and Future. BMC Med Ethics. 2015;26(16):56. Doi: 10.1186/s12910-015-0051-7.

Cruess RL, Cruess SR, Boudreau JD, Snell L, Steinert Y. Reframing medical education to support professional identity formation. Acad Med. 2014;89(11):1446-51. Doi: 10.1097/ACM.0000000000000427.

Mak-van der Vossen M, Teherani A, van Mook WNKA, Croiset G, Kusurkar RA. Investigating US medical students' motivation to respond to lapses in professionalism. Med Educ. 2018;52(8):838-50. Doi: 10.1111/medu.13617. Epub 2018 Jun 25.

Mak-van der Vossen M, van Mook W, van der Burgt S, Kors J, Ket JCF, Croiset G, et al. Descriptors for unprofessional behaviours of medical students: a systematic review and categorisation. BMC Med Educ. 2017;15;17(1):164. Doi: 10.1186/s12909-017-0997-x.

Papadakis MA, Paauw DS, Hafferty FW, Shapiro J, Byyny RL; Alpha Omega Alpha Honor Medical Society Think Tank. Perspective: the education community must develop best practices informed by evidence-based research to remediate lapses of professionalism. Acad Med. 2012;87(12):1694-8. Doi: 10.1097/ACM.0b013e318271bc0b.

Klemenc-Ketis Z, Vrecko H. Development and validation of a professionalism assessment scale for medical students. Int J Med Educ. 2014;9;5:205-11. Doi: 10.5116/ijme.544b.7972.

Cendán JC, Castiglioni A, Johnson TR, Eakins M, Verduin ML, Asmar A, et al. Quantitative and Qualitative Analysis of the Impact of Adoption of a Mobile Application for the Assessment of Professionalism in Medical Trainees. Acad Med. 2017 Nov;92(11S Association of American Medical Colleges Learn Serve Lead: Proceedings of the 56th Annual Research in Medical Education Sessions):S33-S42. Doi: 10.1097/ACM.0000000000001922.

Berduzco-Torres N, Choquenaira-Callañaupa B, Medina P, Chihuantito-Abal LA, Caballero S, Gallegos E, San-Martín M, et al. Factors Related to the Differential Development of Inter-Professional Collaboration Abilities in Medicine and Nursing Students. Front Psychol. 2020;25(11):432. Doi: 10.3389/fpsyg.2020.00432.

Kyriazos, T. and Stalikas, A. (2018) Applied Psychometrics: The Steps of Scale Development and Standardization Process. Psychology. 2018;9(11):2531-60. Doi: 10.4236/psych.2018.911145

Cha ES, Kim KH, Erlen JA. Translation of scales in cross-cultural research: issues and techniques. J Adv Nurs. 2007;58(4):386-95. Doi: 10.1111/j.1365-2648.2007.04242.x.

Hegazi I, Wilson I. Medical education and moral segmentation in medical students. Med Educ. 2013;47(10):1022-8. Doi: 10.1111/medu.12252.

Patenaude J, Niyonsenga T, Fafard D. Changes in students' moral development during medical school: a cohort study. CMAJ. 2003;168(7):840-4. PMID: 12668541; PMCID: PMC151989.

Boateng GO, Neilands TB, Frongillo EA, Melgar-Quiñonez HR, Young SL. Best Practices for Developing and Validating Scales for Health, Social, and Behavioral Research: A Primer. Front Public Health. 2018;11(6):149. Doi: 10.3389/fpubh.2018.00149.

Aaron A. Agbo (2010) Cronbach's Alpha: Review of Limitations and Associated Recommendations, J Psychol Africa. 2010;20(2):233-9. Doi.org/10.1080/14330237.2010.10820371

Publicado

2024-10-30

Edição

Seção

Artigos Originais/Originals Articles

Como Citar

Souza, E., Saldanha, G., & Nóbrega, R. (2024). Tradução, adaptação transcultural e validação de escala para avaliar o profissionalismo entre estudantes de medicina*. Revista De Medicina, 103(5), e-227917. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v103i5e-227917