Amamentação: a relação entre os determinantes maternos e sua duração
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v104i4e-231002Palavras-chave:
Apoio Familiar, Infantil, Depressão Pós-Parto, Atenção Primária à Saúde, Fatores de proteçãoResumo
: Introdução: Durante o processo de amamentação, as mulheres passam por dificuldades, como falta de conhecimento sobre como amamentar, técnica incorreta, complicações mamárias e falta de apoio, podendo levar ao desmame precoce. O objetivo do estudo foi verificar se existem determinantes relacionados ao tempo de aleitamento materno em mulheres atendidas na Unidade Básica de Saúde - Setor Pediátrico. Métodos: A amostra do estudo foi constituída por mulheres que tiveram filhos nascidos entre 1 de janeiro de 2017 e 31 de dezembro de 2021 e que estiveram acompanhando seus filhos em consultas, totalizando uma amostra de 26 mulheres. Os dados foram coletados em questionário de perguntas fechadas, realizado pelos pesquisadores. Resultados: Por meio de regressão logística ordinal, observou-se como determinantes significativos da duração do aleitamento: uso de complemento (P= 0,003), percepção da produção de leite (P= 0,034) e experiência prévia (P= 0,022), sendo que mulheres com experiência prévia com a maternidade tiveram 35 vezes mais chances de amamentar por mais tempo em comparação com as que não tiveram (OR=35,64). Com base em uma Análise de Correspondência Múltipla (HOMALS), foram revelados três perfis de variáveis, identificando que as mães que amamentam por mais tempo são aquelas que não oferecem complemento, que possuem experiência prévia e que consideram sua produção láctea adequada. Conclusão: Portanto, os resultados indicam apenas alguns dos fatores envolvidos na duração do aleitamento materno, sendo que tais fatores (uso de complemento e leite de oferta) foram corroborados pelos achados de outros estudos.
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