Avaliação do uso de morfina e oxigenoterapia no controle da dispneia em pacientes na fase final de vida em um hospital regional do Distrito Federal: um estudo descritivo

Resumo

A dispneia é um sintoma frequente em pacientes que enfrentam doenças ameaçadoras da vida e está associada a maior sofrimento e piora da qualidade de vida. No entanto, é um sintoma mal identificado e não tratado adequadamente no período de fim de vida. A morfina é uma opção de terapia farmacológica, que pode estar associada a intervenções não farmacológicas, como oxigenoterapia e suporte psicossocial. Na prática clínica, ainda há barreiras ao uso de opioides para manejo desse sintoma. Objetivo: avaliar o uso de morfina e oxigenoterapia no controle de dispneia em pacientes em fase final de vida em um hospital regional do Distrito Federal. Metodologia: estudo observacional, transversal e retrospectivo, que incluiu pacientes adultos com critérios para cuidados paliativos e fim de vida, falecidos no período de 01/07/2022 a 31/12/2022. Resultados: Dos 45 pacientes que apresentavam critérios para cuidados paliativos, 29 apresentavam sinais clínicos de dispneia nas 24h que antecederam o óbito (64,44%). Nesse mesmo grupo, o uso de morfina foi identificado em 24 pacientes (53,33%), enquanto o uso de oxigenoterapia foi relatado em 38 pacientes (84,44%). A morfina foi mais frequentemente utilizada em pacientes com dispneia em comparação àqueles que não apresentavam o sintoma (19 vs 5; p<0,05). Conclusão: os resultados apontam para a elevada prevalência de dispneia em pacientes em fase de fim de vida e, apesar da eficácia da morfina no alívio do desconforto respiratório, seu uso ainda é limitado, ressaltando a importância da educação continuada e do treinamento das equipes de saúde como estratégias fundamentais para melhorar o atendimento a esses pacientes.