Sonolência e quedas associadas ao uso de psicotrópicos e bloqueadores de canais de cálcio em idosos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v104i5e-233617Palavras-chave:
polifarmácia, psicotrópico, bloqueador canal de cálcio, sonolência, acidentes por quedasResumo
Objetivo: analisar a associação entre o uso de psicotrópicos e bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) em idosos hipertensos na Atenção Primária à Saúde, avaliando a prevalência de eventos adversos, como quedas e sonolência. Método: estudo transversal realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Maringá, Paraná, com 307 idosos. Os dados foram coletados entre junho e setembro de 2024 por meio de entrevistas estruturadas, abrangendo variáveis sociodemográficas, clínicas e o uso de psicotrópicos e BCC. A análise estatística incluiu modelos de regressão de Poisson para estimar a razão de taxa de incidência (IRR) e seus intervalos de confiança de 95% (IC95%). Resultados: o uso de anti-hipertensivos foi relatado por 55% dos idosos, enquanto 20% usavam psicotrópicos, sendo os inibidores seletivos da recaptação de serotonina os mais prevalentes (7,1%). Houve associação significativa entre o uso de psicotrópicos e maior incidência de quedas (16%) e sonolência (22%) (p = 0,05 e p = 0,001, respectivamente). A regressão mostrou que o uso de psicotrópicos aumentou em 63% a incidência de eventos adversos (IRR = 1,63; IC95%: 1,18–2,23; p = 0,003). O uso isolado de BCC não foi associado de forma significativa a eventos adversos. Conclusão: o uso de psicotrópicos em idosos hipertensos está associado a maior risco de eventos adversos, destacando a necessidade de monitoramento e ajustes terapêuticos para promover o uso racional de fármacos e estratégias seguras na Atenção Primária, minimizando os riscos da polifarmácia e melhorando a qualidade de vida dos idosos.
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