O consumo de psicoestimulantes em pacientes com transtornos de atenção como coadjuvância ao tratamento farmacológico: uma revisão sistemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v104i3.esp.e-236253

Palavras-chave:

Cafeína, TDAH, coadjuvância

Resumo

Introdução: O abuso de estimulantes, como a cafeína, presentes em bebidas psicotrópicas, é uma prática comum entre adolescentes e jovens adultos, objetivando aumento da produtividade e desempenho acadêmico, principalmente no grupo de pacientes com distúrbios atencionais, como o transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH). Objetivo: O objetivo desta revisão é fornecer uma visão geral da literatura sobre o uso de bebidas energéticas como coadjuvantes no tratamento de doenças atencionais. Metodologia: Para isso, foi realizada uma busca nas plataformas Google Acadêmico, PubMed e Science Direct, publicados entre 2010 e 2024. Resultados: Bebidas energéticas costumam possuir altas doses de cafeína (>150mg) associadas a outras substâncias estimuladoras do sistema nervoso central (SNC). Elas atuam antagonizando os receptores de adenosina A1 e A2A, que se ligam fortemente à cafeína, o que diminui a atividade da adenosina. A terapêutica mais comum para o tratamento de TDAH envolve o uso de fármacos estimulantes, como o metilfenidato e a lisdexanfetamina, que estimulam receptores alfa e beta-adrenérgicos. O antagonismo do receptor de adenosina A2A possui interação com a dopamina, por meio da coadjuvância dos receptores D1 e D2, por meio dessas interações, supõe-se que a cafeína é capaz de potencializar a neurotransmissão da dopamina, em desequilíbrio no portadores de TDAH. A cafeína está presente em variadas doses em diversos alimentos, o que torna inescrutável mensurá-la de forma isolada. O controle de doses diárias é prejudicado, criando uma contradição entre risco e benefício da sua prescrição. Somados aos fármacos, podem causar uma sobrecarga de estimulantes, aumentando o risco de efeitos adversos, como ansiedade, hipertensão arterial, taquicardia, distúrbios gastrointestinais e tremores. A presença de altos níveis de açúcar (glicose, dextrose, sacarose), podem trabalhar sinergicamente para o desempenho cognitivo, mas predispõe ao aumento dos níveis de açúcar no sangue. Além disso, o consumo de cafeína por adolescentes jovens pode ter resultados diferentes das pesquisas em adultos saudáveis, reduzindo a sua aplicabilidade nessa faixa etária. Conclusão: Devido à multifatoriedade, os dados empíricos sobre o sucesso desta estratégia indicam mais prejuízos do que benefícios. Mais estudos são necessários para determinar diretamente os efeitos fisiológicos e psicológicos da coadjuvância ou monoterapia de bebidas energéticas em pacientes com TDAH.

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Biografia do Autor

  • Ana Beatriz Galgaro , Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), Santa Catarina. Brasil

    Graduanda em Medicina (Discente).

Referências

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Publicado

2025-05-08

Como Citar

Galgaro , A. B. (2025). O consumo de psicoestimulantes em pacientes com transtornos de atenção como coadjuvância ao tratamento farmacológico: uma revisão sistemática. Revista De Medicina, 104(3.esp.), e-236253. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v104i3.esp.e-236253