ESTUDO DE CASO: APRESENTAÇÃO CLÍNICA ATÍPICA DA RETINOSE PIGMENTAR
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v104i3.esp.e-236286Palavras-chave:
Hereditariedade, Distrofias Retinianas;, Retinose PigmentarResumo
INTRODUÇÃO
A Retinose Pigmentar (RP) é uma condição hereditária caracterizada pela degeneração progressiva dos bastonetes e cones, sendo reconhecida como uma das principais etiologias de deficiência visual, com uma prevalência estimada de 1:4000 no mundo. A apresentação clínica típica é caracterizada por nictalopia, perda progressiva do campo visual e redução da acuidade visual.¹,2,3,4
DESCRIÇÃO DO RELATO DE CASO
Masculino, 46 anos, foi encaminhado ao serviço de oftalmologia após relatar perda progressiva do campo visual e piora da visão na penumbra há 2 anos. Ao exame oftalmológico apresenta acuidade visual de 20/100 no olho direito (OD) e 20/30 no olho esquerdo, sendo ambliope no OD por anisometropia. Paciente realizou campo visual computadorizado que mostrou ilha central de visão em ambos os olhos com perda importante do campo de visão periférica, sendo aventada a possibilidade de glaucoma. Entretanto, apresentava pressão intraocular e escavação do nervo óptico normais, sendo solicitado OCT (tomografia de coerência óptica) de nervos ópticos que não apresentou alterações. Foi realizada ressonância nuclear magnética para investigação de causas neurológicas de perda visual e angiografia fluoresceínica para pesquisa de distrofias retinianas, ambos sem alterações. Sendo submetido então a eletrorretinograma para pesquisa de distrofias retinianas. Este exame mostrou ausência total de resposta fotópica e escotópica, fechando o diagnóstico de RP sem pigmentos, já que na angiografia e mapeamento de retina não apresentava pigmentos.
DISCUSSÃO
No caso, foram excluídas outras patologias que poderiam afetar a acuidade, com exames para avaliar alterações neurológicas e glaucoma, que eram suspeitas diagnósticas iniciais, nenhum dos exames demonstrou alteração. Seguiu com investigação para a retinose pigmentar, que foi indicada como um diagnóstico de exclusão, uma vez que o paciente apresentou todas as características RP na ERG, porém ausência de pigmento na retina.
CONCLUSÃO
No presente momento, não há tratamentos definitivos estabelecidos para a RP, apenas algumas abordagens em fase de estudo, como terapia gênica, células-tronco e próteses retinianas. Esta realidade é preocupante, uma vez que não existem métodos eficazes para interromper a progressão da perda visual, o que pode representar um desafio significativo, especialmente para a população jovem em idade ativa no mercado de trabalho.
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