ÍLEO BILIAR: UMA COMPLICAÇÃO RARA DE COLELITÍASE – RELATO DE CASO
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v104i3.esp.e-236313Palavras-chave:
Obstrução intestinal, Colelitíase, Ilio biliarResumo
O íleo biliar é uma complicação rara da colelitíase, ocorrendo em 0,4% a 1,5% dos casos, sendo mais comum em mulheres e idosos. Caracteriza-se pela impactação de cálculos biliares no trato gastrointestinal, resultando em obstrução mecânica. A tríade de Rigler (distensão intestinal, pneumobilia e cálculo ectópico) é um achado clássico nos exames de imagem. O tratamento é cirúrgico e pode exigir ressecção intestinal em casos complicados. A taxa de mortalidade é alta, especialmente em pacientes com comorbidades, tornando essencial o diagnóstico precoce e intervenção rápida.
Objetivo de destacar a importância do diagnóstico precoce do íleo biliar e da suspeita de obstrução intestinal.
Paciente masculino, 65 anos, hipertenso, diabético, dislipidêmico, com artrite gotosa, além de ex-tabagista há 30 anos, foi admitido com dor abdominal intensa no abdome superior, irradiada para todo o abdome, com duração de dois dias, acompanhada por inapetência, náuseas, vômitos e constipação. Nega febre ou outras alterações sistêmicas. Ao exame físico inicial, apresentava abdome depressível, doloroso à palpação difusa, com maior intensidade na porção superior, ruídos hidroaéreos presentes, sem sinais de irritação peritoneal. Diante da hipótese de abdome agudo obstrutivo, foram solicitados exames laboratoriais e tomografia computadorizada de abdome. A tomografia revelou a presença de material calcificado no íleo e na fossa ilíaca direita, determinando leve dilatação a montante, sem sinais de sofrimento de alça. Além disso, identificaram-se divertículos colônicos sem sinais inflamatórios. O paciente foi submetido a uma laparotomia exploratória, que identificou íleo biliar devido à impactação de cálculo no intestino delgado. Realizou-se a liberação de aderências e enterorrafia. O procedimento ocorreu sem intercorrências. O pós-operatório evoluiu de forma favorável e a recuperação foi progressiva. Após 2 dias, o paciente estava deambulando, com boa aceitação de dieta via oral, sem queixas de dor. O paciente teve avaliação multidisciplinar e foi considerado apto para alta.
Apesar de ser uma condição rara, o íleo biliar apresenta altas taxas de mortalidade e morbidade, especialmente em idosos e pacientes com comorbidades. Assim, é essencial manter um elevado índice de suspeição em casos de abdome agudo obstrutivo no pronto-socorro. O caso em questão reforça a importância do diagnóstico precoce e da intervenção cirúrgica adequada.
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