Análise do perfil epidemiológico dos tipos clínicos da hanseníase na região Nordeste de 2017 - 2023
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v104i3.esp.e-236363Palavras-chave:
Epidemiologia, Doença Infectocontagiosa, HanseníaseResumo
INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que possui elevada infectividade e baixa patogenicidade, isto é, poucos indivíduos infectados adoecem. Apresenta alta prevalência no Brasil, sendo o 2º país com mais casos no mundo. É uma patologia com acometimento dermatoneurológico, que ocorre perda de sensibilidade nas áreas afetadas pelas lesões. Pode ser dividida em formas paucibacilares (indeterminada e tuberculóide), multibacilares (virchowiana) e borderline. OBJETIVO: Avaliar o perfil epidemiológico da hanseníase na região Nordeste entre 2017 a 2023. METODOLOGIA: Estudo transversal de levantamento de dados epidemiológicos secundários de hanseníase no Nordeste do Brasil, entre 2017 e 2023, encontrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/DATASUS). As variáveis incluem: faixa etária, sexo, raça/cor, análise temporal e regional da prevalência, bem como das formas clínicas. RESULTADOS: Entre 2017 e 2023, o Brasil registrou 88.805 casos de hanseníase no Nordeste, 57,11% ocorreram em homens, 19,58% do total ocorreram em faixas etárias de 40 e 59 anos, 64,90% em pessoas pardas, 14,96% em brancas, e 14,09% em pretas. O estudo mostra o Maranhão com maior número de notificações (26,65%), seguido de Pernambuco (21,28%) e Bahia (18,40%), o estudo demonstrou 2018 (17,02%) com maior prevalência, seguido de 2017 (16,99%) e 2019 (16,95%), além de menores números a partir de 2020 (11,13%). Sobre o tipo hansênico, 76,88% foram multibacilar, 22,98% foram paucibacilar e 0,14% foram classificados como ignorados. CONCLUSÃO: A análise do perfil epidemiológico da hanseníase no Nordeste entre 2017 e 2023 revela a continuidade da prevalência da doença, há predominância em homens, pardos e faixas etárias economicamente ativas (40-59 anos). Os anos de maior prevalência foram 2017, 2018 e 2019, e os estados Maranhão, Pernambuco e Bahia registraram maior número de casos. Observou-se queda acentuada de notificações em 2020, possivelmente devido a pandemia de COVID-19, mas voltaram a subir. A alta prevalência da forma multibacilar, mais grave e transmissível, sugere urgência de estratégias mais eficazes de diagnóstico precoce e tratamento, além da necessidade de campanhas educativas e preventivas. Os dados refletem necessidade de intervenções de saúde pública direcionadas para populações mais afetadas, a continuidade da vigilância epidemiológica e melhoria de condições socioeconômicas e acesso ao diagnóstico são essenciais para controle da hanseníase.
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