ANÁLISE DA EXPECTATIVA DE VIDA DE PESSOAS COM PARALISIA CEREBRAL

Resumo

Introdução: A paralisia cerebral (PC) é uma condição neurológica crônica que afeta a motricidade e o desenvolvimento motor de crianças, com origem em lesões ou anormalidades no cérebro imaturo. Apesar de não apresentar caráter progressivo, a PC pode levar a uma série de complicações secundárias que impactam significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Compreender o prognóstico dos pacientes com paralisia cerebral ao longo das diferentes fases da vida é essencial para identificar as principais causas de mortalidade que predominam em cada estágio do curso clínico da doença. Objetivo: Analisar a expectativa de vida de pessoas com PC em diferentes faixas etárias, com o intuito de contribuir para a melhoria da qualidade de vida e do planejamento de cuidados para essa população. Metodologia: Estudo epidemiológico, descritivo e transversal com análise do perfil dos óbitos por Paralisia Cerebral (CID-10: G80) por Faixa Etária OPS segundo Faixa Etária, baseado em dados coletados do DATASUS, no período de 2013 a 2022. Resultados: Os resultados obtidos no estudo revelam uma maior quantidade de mortes por PC nos adultos jovens, com média ???? = 24 anos, a partir dos dados pode-se ser estimada um desvio padrão ???? ? 17,4. Desse modo, foi possível determinar um escore z, em que a maior letalidade (-1 < z < 1) acontece entre os 6 anos e 41 anos (74,52% dos pacientes), no qual z < -1 apresenta o resultado de pior prognóstico, em que 8,16% dos pacientes não vivem até os 6 anos. É possível determinar também pelo z > 1, 17,32% dos pacientes apresentam uma sobrevida acima de 41 anos, e 2,48% (z > 2) podem chegar aos 59 anos. A partir disso, é determinável uma expectativa de vida para uma paciente com paralisia cerebral entre 15 e 33 anos, que pode ser determinada pelo intervalo entre ????-????/2 e ????+????/2, que representa 41,8% do total. Conclusão: Os dados elucidam uma expectativa de vida variável para pacientes com paralisia cerebral, com média entre 15 e 33 anos. Além disso, sua maior letalidade na infância e entre adultos jovens revelam a necessidade de intervenções precoces e de estratégias de políticas públicas focadas em melhorar o desfecho clínico e qualidade de vida dessa população, visto que uma baixa porcentagem chega perto da terceira idade. Estudos que identifiquem as causas de maior mortalidade em cada faixa etária são necessários, a fim de promover maior longevidade.