Mortalidade na região sudeste do Brasil e acidentes cardiovasculares: ondas de calor como fator agravante e silencioso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v104i3.esp.e-236373

Palavras-chave:

Sistema Cardiovascular, Mortalidade, Ondas de calor

Resumo

Acompanhando o aumento da temperatura global, a mortalidade mundial tem aumentado e parte desse aumento se deve a eventos cardiovasculares(EC) e pelas altas temperaturas. Efeitos no meio ambiente tem afetado diretamente a maneira de vida das pessoas quanto ao consumo de líquidos, tolerância ao calor e na imunidade contra este tipo de estresse. A mortalidade por doenças cardiovasculares é de grande preocupação, pois representam a maior causa de morte no mundo. O objetivo deste estudo foi buscar relacionar o aumento nos EC fatais com a incidência de ondas de calor (HW) na Região Sudeste do Brasil. Foram utilizadas informações coletadas no período de 2014-2023 no Sistema Único de Saúde do Brasil – DATASUS ((https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/, accessed 15 september 2024. Os dados atmosféricos deste mesmo período foram obtidos de 4 estações meteorológicas localizadas nas regiões metropolitanas(RM) das 4 capitais sudeste brasileiro (Rio de Janeiro-RJ, São Paulo-SP, Belo Horizonte-BH e Vitória-VT) disponibilizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (INMET, https://portal.inmet.gov.br/, acessado em 15 de setembro 2024). No período analisado a mortalidade mensal média no RJ, SP, BH e VT foram, respectivamente, 9211(+138), 11860(+193), 2762(+46),1000(+18). As complicações cardiovasculares foram responsáveis por 26%, 21%, 22% e 25% das mortes em RJ, SP, BH e VT, respectivamente. Hipertensão arterial(HTA) e isquemia miocárdica(IM) correspondem em média a 52% dos óbitos nas 4 regiões. Não houve registro de incidência significativa de mortes provocadas por calor natural excessivo(CID-10 X30) ou por efeitos do calor e da luz(CID-10 T67), nem forte correlação entre a morbidade mensal por causa cardiovasculares e a média de temperatura registrada (RJ: R = -0,4180; SP: R = -0,6245; BH: R = -0,4909; VT: R = -0,4230). Quando a análise foi a comparação entre a temperatura, HTA e IM, hipertensão apenas SP apresentou correlação moderada (R = -0,6862). Em períodos com temperaturas acima dos 36°C a mortalidade elevou-se. Os resultados preliminares mostram que existe a necessidade de se estudar melhor as causas e a relação do efeito da exposição ao calor excessivo com a mortalidade na região Sudeste do Brasil. O registro de óbito considerando a causa principal e os fatores agravantes no quadro clínico não permite o planejamento adequado de políticas públicas de saúde para prevenção desses acidentes.

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Biografia do Autor

  • Ronaldo André Castelo dos Santos de Almeida, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Rio de Janeiro. Brasil

    Doutorando em Ciências Fisiológicas (Discente). 

  • Jéssica da Silva Santos, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Rio de Janeiro. Brasil

    Graduanda em Educação Física (Discente). 

  • Emerson Lopes Olivares, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Rio de Janeiro. Brasil

    PhD. Docente. 

  • Anderson Luiz Bezerra da Silveira, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Rio de Janeiro. Brasil

    PhD. Docente. 

Referências

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Publicado

2025-05-08

Como Citar

Almeida, R. A. C. dos S. de ., Santos, J. da S. ., Olivares, E. L. ., & Silveira, A. L. B. da. (2025). Mortalidade na região sudeste do Brasil e acidentes cardiovasculares: ondas de calor como fator agravante e silencioso. Revista De Medicina, 104(3.esp.), e-236373. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v104i3.esp.e-236373