Dinamização epidemiológica do infarto agudo do miocárdio no contexto pós-pandêmico: a influência da hipercoagulabilidade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v104i3.esp.e-236388Palavras-chave:
Hipercoagulabilidade, Infarto Agudo do Miocárdio, COVID-19Resumo
INTRODUÇÃO: A COVID-19, causada pelo SARS-CoV-2, inicialmente associada a infecções respiratórias, revelou-se uma doença sistêmica, com implicações em vários sistemas, incluindo o cardiovascular. A hipercoagulabilidade, marcada pela elevação do D-dímero, tem sido observada em pacientes graves, aumentando o risco de eventos trombóticos como o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Estudos demonstraram a ocorrência de IAM em pacientes sem fatores de risco cardiovasculares, sugerindo que a infecção pode desencadear eventos trombóticos diretamente associados à COVID-19. MÉTODOS: Este estudo transversal ecológico utilizou dados agregados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM/SUS), analisando a incidência e mortalidade por IAM nos períodos pré-pandêmico (2018-2019), pandêmico (2020-2021) e pós-pandêmico (2022-2023). O tratamento dos dados foi feito no Microsoft Excel® 2016. RESULTADOS: Houve um aumento progressivo no número de internações por IAM ao longo dos períodos analisados, com 250.205 casos entre 2018-2019, 271.260 entre 2020-2021 e 319.204 entre 2022-2023, observa-se um aumento de 8,41% na taxa de internações por Infarto agudo do miocárdio no período pandêmico em comparação ao período pré-pandêmico, bem como, um aumento de 27,57% em internações no período pós-pandêmico. Em contrapartida, as taxas de mortalidade apresentaram um declínio, com 1.012 mortes no período pré-pandêmico, 960 no pandêmico e 864 no pós-pandêmico. Esse aumento nas internações, contrastado com a redução da mortalidade, pode ser atribuído a melhorias no tratamento e nos cuidados emergenciais, bem como em diferenças no registro da causa de óbito. CONCLUSÃO: A análise dos dados mostra uma correlação entre o aumento das internações por IAM e os efeitos da COVID-19, sugerindo que a hipercoagulabilidade pós-COVID pode estar relacionada ao aumento dos casos de IAM. A queda nas taxas de mortalidade, apesar do aumento das internações, pode indicar avanços nos tratamentos e na atenção médica, embora a subnotificação de óbitos não possa ser descartada. O estudo ressalta a importância de monitorar continuamente as repercussões da COVID-19 no sistema cardiovascular, visando reduzir tanto a incidência quanto a mortalidade por IAM em pacientes afetados pela COVID-19 e suas complicações a longo prazo, além de adaptar as políticas de saúde para enfrentar os desafios impostos pela pandemia.
Downloads
Referências
-
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Gabriela Botelho de Araújo , Danton Dantas Aragão , Ester Belo Matos , Yara Rebeca Araújo dos Santos

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.