A urgência da detecção em homens e sua relação com o câncer anogenital no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v104i3.esp.e-236418Palavras-chave:
Prevenção em Homens, Câncer Anogenital, Papilomavírus HumanoResumo
Introdução - O papilomavírus humano (HPV) é uma das infecções sexualmente transmissíveis mais comuns no mundo, com impacto significativo em homens e mulheres. Embora esteja amplamente associado ao câncer de colo do útero em mulheres, o HPV também contribui para o câncer de ânus, pênis e orofaringe em homens. No Brasil, as políticas de vacinação contra o HPV e as campanhas de prevenção focaram, por anos, nas mulheres, deixando os homens desprotegidos. A vacinação masculina foi incorporada apenas em 2017, e a realização de exames coloproctológicos em homens para detecção de lesões precursoras do câncer anogenital ainda é limitada. Objetivo- Este estudo analisa a prevalência de infecção por HPV em homens no Brasil nos últimos 10 anos e sua relação com o câncer anogenital, destacando a importância de exames preventivos e vacinação, utilizando dados do SUS. Método- A análise descritiva foi baseada nos dados do Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2013 e 2023, com foco em diagnósticos de HPV e câncer anogenital em homens. Foram consideradas variáveis como faixa etária, localização geográfica, exames preventivos e cobertura vacinal. A análise visou identificar padrões de infecção e desfechos clínicos. Resultados- Os dados do SUS mostram uma subnotificação de casos de HPV em homens nos últimos 10 anos, acompanhada por um aumento dos diagnósticos de câncer anogenital. A população masculina, em particular homens que fazem sexo com homens (HSH), foi desproporcionalmente afetada. A vacinação para meninos, introduzida em 2017, apresenta baixa adesão, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Os gráficos do SUS indicam um crescimento contínuo na incidência de câncer anal, enquanto a cobertura vacinal masculina permanece aquém do esperado, comprometendo a prevenção eficaz. Conclusão- Os dados do SUS e a literatura científica mostram claramente a necessidade de intensificar os esforços de prevenção do HPV entre os homens no Brasil. O aumento da cobertura vacinal masculina e a introdução de exames regulares de rastreamento anal podem reduzir significativamente a incidência de câncer anogenital. Políticas públicas que promovam uma abordagem mais equitativa na prevenção do HPV, envolvendo homens e mulheres igualmente, são cruciais para o controle da disseminação do vírus e para a redução das taxas de mortalidade associadas aos cânceres relacionados ao HPV.
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