CASO RARO DE TIMOMA RECIDIVADO COM INVASÃO DA COLUNA TORACOLOMBAR
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v104iesp.e-242873Palavras-chave:
Timoma, Metástase, Margem CirúrgicaResumo
O timoma é um tumor epitelial do timo cuja taxa de recidiva varia amplamente, mesmo após ressecção completa, entre 5 a 50%. Metástase e disseminação pleuropulmonares são incomuns, mas descritas na literatura em aproximadamente 5% dos pacientes1. A ressecção cirúrgica completa com margens livres incluindo casos avançados ou recorrentes é o tratamento de escolha, conforme diretrizes atuais1.
Apresenta-se o caso de uma paciente de 73 anos com quadro de dor lombar crônica há cinco meses, caracterizada por caráter contínuo e progressivo, sem irradiação, exacerbada com a movimentação e importante piora durante o período noturno, resultando em significativo impacto nas atividades de vida diária. O quadro álgico associava-se a manifestações sistêmicas, incluindo febre intermitente, tosse seca e desconforto respiratório, com negativa de sintomas sugestivos de miastenia gravis, condição paraneoplásica que afeta até 40% dos pacientes com timoma3. Os antecedentes pessoais revelaram história oncológica relevante: diagnóstico prévio para Timoma em 2013 e recidiva em base pulmonar direita em 2022, ambos tratados mediante ressecção completa, com margem livre e radioterapia adjuvante. No exame físico, a paciente apresentava dor à palpação da região tóraco-lombar, sem déficits motores ou sensitivos identificados, tampouco alterações esfincterianas, classificando o status neurológico como Frankel E. Diante do cenário clínico, em especial a natureza da dor e o histórico de neoplasia prévia em sítio próximo ao da sintomatologia atual, a hipótese diagnóstica de nova recidiva em base pulmonar direita se impõe como principal e urgente necessidade de investigação.
Ao exame de ressonância nuclear magnética, a confirmação da hipótese de recidiva em base pulmonar direita foi confirmada. A lesão acometia pulmão, pleura e pilar diafragmático direitos e apresentava notável proximidade com as vértebras T11 e T12, caprichosamente poupando-as e invadindo o forame intervertebral entre T11-T12 e acometendo o XI nervo espinal. Este aspecto imediatamente paravertebral da lesão implicava, para garantia da margem cirúrgica livre, a necessidade de incluir a ressecção de parte das coluna vertebral, apesar destas estarem absolutamente sadias segundo o exame de imagem.
Downloads
Referências
Luo T, Zhao H, Zhou X. The clinical features, diagnosis and management of recurrent thymoma. J Cardiothorac Surg. 2016;11(1):140. Doi: https://doi.org/10.1186/s13019-016-0533-9
National Comprehensive Cancer Network. NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology: Thymomas and Thymic Carcinomas. Version 2.2025. https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/pdf/thymic.pdf
Pêgo-Fernandes PM, Ebaid GX, Galizia MS, Marchiori P, Suso FV, Jatene FB. Timoma: discussão sobre tratamento e prognóstico. J Pneumol. 2001;27(6):320-7. Doi: https://doi.org/10.1590/S0102-35862001000600001
Ferrari M, Montalto N, Piero N. Novel Approaches in Surgical Management: How to Assess Surgical Margins. In: Critical Issues in Head and Neck Oncology. Springer, Cham. 2021. Doi: https://doi.org/10.1007/978-3-030-63234-2_7.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Giovanni Scorzoni Paro, Italo Gerardo Rotondo, Douglas Kenji Narazaki, Matheus Augusto Maciel Santiago

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.