Responsabilidade social em oftalmologia: interdisciplinaridade e inclusão na visão subnormal
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v86i4p195-200Palavras-chave:
Responsabilidade social, Baixa visão/reabilitação, Transtornos da visão/psicologia, Portadores de deficiência visual/psicologia, Oftalmologia/instrumentação.Resumo
Há ainda hoje uma importante exclusão das pessoas defi- cientes visuais, principalmentedas de baixa visão (em especial daqueles com visão corrigida entre 0,3 e 0,05 no melhor olho). É importante que a família, a escola, a sociedade e o/a paciente participem deste processo de inclusão social para proporcionar uma vida próxima da normal para essas pessoas combaixa visão. Deve haver uma interação entre os educadores e o paciente, a família (para apoio psicológico e continuação da reabilitação em casa) e o oftalmologista para otimizar o uso dos equipamentos visuais para as atividades cotidianas do paciente na escola, trabalho, lazer ou em outras situações. É também importante uma interação entre a oftalmologia e profissionais de design para fornecer aparelhos de auxílio o mais ergonômicos possíveis para permitir ao paciente com baixa visão uma adaptação adequada à vida cotidiana. Na Universidade de São Paulo, o Departamento de Oftalmologia da Faculdade de Medicina iniciou uma colaboração com membros do Departamento de Design da Faculdade de Arquitetura e desenvolveram um equipamento óptico que torna a leitura mais fácil e confortável para os pacientes com baixa visão acima citados. O método de trabalho foi baseado na integração de conhecimento, pensando através das disciplinas, assim como na observação participativa das necessidades dos pacientes na sua vida diária. Este grupo propôs um equipamento ergonômico para permitir um melhor desempenho visual dos pacientes, baseado nas suas necessidades, visando sua inclusão numa vida educacional, familiar e social a mais normal possível. Este é apenas o começo de uma interação que vai continuar, com o objetivo de desenvolver outros aparelhos ópticos e eletrônicos e mesmo mobília para permitir a esses deficientes visuais um melhor desempenho no seu dia a dia.