Modelo para predição de morbi-mortalidade e de necessidade de UTI pós-operatória em pacientes cirúrgicos oncológicos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v92i1p43-51Palavras-chave:
Oncologia, Neoplasias/cirurgia, Terapia intensiva, Medição de risco, Cirurgia geral, Fatores de risco, Unidades de terapia intensiva.Resumo
Vários escores de predição de morbi-mortalidade de pacientes submetidos a cirurgias, com possível necessidade de utilizarem leitos de UTI, vêm sendo testados. Atualmente a indicação de suporte intensivo pós-operatório para cirurgias eletivas é estabelecida de maneira subjetiva, podendo inclusive comprometer o desempenho do hospital levando à suspensão de cirurgias por falta de vagas de UTI. O escore mais utilizado foi proposto pela Sociedade Americana de Anestesiologia, sendo o ASA, como preditor de risco, porém, esta classificação está sujeita a variabilidade de interpretação. Outra proposta é a utilização do POSSUM que leva em conta doze variáveis fisiológicas e seis variáveis cirúrgicas. Também pode ser mencionada a escala de Karnofsky que classifica os pacientes de acordo com o grau de deficiências funcionais ocasionadas pela enfermidade que os acomete. O objetivo deste estudo foi correlacionar tais índices na busca de um melhor preditor para utilização de UTI e também verificar se as variáveis fisiológicas do POSSUM também poderiam
ser utilizadas para compor uma melhor avaliação acerca da real necessidade de reserva desses leitos, a partir da análise dos prontuários de 186 pacientes submetidos a cirurgias oncológicas. Como resultados, podemos inferir que as variáveis fisiológicas que compõem o POSSUM são melhores preditores que os outros índices analisados para a reserva do leito de UTI. Também notamos que as variáveis idade, nível sérico de hemoglobina e a medida da pressão arterial sistólica seriam suficientes para predizer a real necessidade da utilização da vaga na unidade de terapia intensiva.