Fisiopatologia, avaliação e tratamento da disfunção erétil: artigo de revisão
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v95i1p18-29Palavras-chave:
Disfunção erétil/fisiopatologia, Diabetes mellitus, Hipertensão, Fatores de risco, Literatura de revisão como assunto.Resumo
A disfunção erétil (DE) é a incapacidade recorrente de obter e manter uma ereção que permita atividade sexual satisfatória, sendo a disfunção sexual que mais afeta os homens no envelhecimento. Estima-se que 50% dos homens acima de 40 anos apresentem essa disfunção. Como a prevalência é expressiva, torna-se necessária a realização de uma revisão da literatura sobre epidemiologia, fisiopatologia e tratamento acerca da DE, com o intuito de melhor compreensão da doença. A ereção é dependente de vários fatores como o relaxamento do músculo liso do corpo cavernoso, o aumento do fluxo arterial e a restrição do fluxo venoso de saída. Esses mecanismos podem estar prejudicados em várias doenças, sendo que, em alguns casos, a DE pode ser considerada como marcador precoce de problemas mais graves. Essa disfunção sexual apresenta várias etiologias: vascular, endócrina, neurológica, psicológica/psiquiátrica e relacionada às drogas ou às intervenções cirúrgicas. O próprio tratamento de algumas doenças de base pode ser a causa ou o agravamento da DE, como alguns anti-hipertensivos e antidepressivos. A principal explicação para a DE é a redução da disponibilidade de óxido nítrico, um importante vasodilatador. Contudo, fazem também parte de sua fisiopatologia a obstrução mecânica dos vasos sanguíneos e problemas de transmissão de estímulos neurológicos. A DE é primeiramente avaliada pelo método clínico, mas existem instrumentos avaliativos multidimensionais, sendo o Índice Internacional de Função Erétil considerado o padrão-ouro. O tratamento pontual para esta doença deve ser fundado na sua etiologia. Existem várias linhas de tratamento, sendo os inibidores da fosfodiesterase-5 e a psicoterapia (para DE psicogênica ou mista) os de primeira escolha, associados ou não à reposição de testosterona. Como segunda-linha, tem-se a injeção intracavernosa de substâncias vasoativas. Caso essas terapias não produzam resultado, a prótese peniana pode ser indicada.