Da “devoração” à hospitalidade

uma narrativa alimentar à moda antiga

Autores

  • Francys Silvestrini Adão Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Belo Horizonte

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i1p283-296

Palavras-chave:

Narrativas alimentares, Bíblia, Maná, Banquete, Tradição

Resumo

Neste artigo, o autor propõe uma interpretação de alguns paradigmas alimentares das narrativas bíblicas, em diálogo com a reflexão do exegeta português José Tolentino Mendonça. Uma leitura da evolução do discurso sobre o maná e o banquete, assim como o exame da especificidade de duas grandes festas de Israel, colocarão em evidência utopias, valores e incoerências presentes na organização social deste povo. Entretanto, a força destas narrativas consiste justamente na conservação e na transmissão destas tensões e conflitos, mantendo o caminho aberto para a sadia personalização das novas gerações pertencentes a esta tradição.

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Biografia do Autor

  • Francys Silvestrini Adão, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Belo Horizonte

    Professor da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje), de Belo Horizonte, e doutor em Teologia pelo Centre Sèvres-Facultés Jésuites de Paris, onde defendeu sua tese "La vie comme nourriture. Pour un discernement eucharistique de l’humain fragmenté" (“A vida como alimento. Por um discernimento eucarístico do humano fragmentado”).

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Publicado

2019-03-28

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Adão, F. S. (2019). Da “devoração” à hospitalidade: uma narrativa alimentar à moda antiga. Revista Ingesta, 1(1), 283-296. https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i1p283-296