A construção de um modelo alimentar para a América Latina
o ingresso da nutrição na agenda da saúde internacional (1921-1949)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i1p68-81Palavras-chave:
Nutrição, Saúde internacional, Organização da Saúde da Liga das Nações, Oficina Sanitária Pan-Americana, Instituto de Nutrição da América Central do PanamáResumo
O contexto de reenquadramento das preocupações sociais do período entreguerras foi marcado pela criação de instituições e organismos internacionais para a tarefa de “racionalizar” os conhecimentos científicos sobre os alimentos. Sob a justificativa de que somente o crescimento econômico auxiliaria e incorporaria multidões na comunidade econômica global surgiam as primeiras políticas de assistência alimentar coordenadas pelos estados nacionais e pelos novos organismos internacionais como a Oficina Sanitária Pan- Americana, a Organização de Saúde da Liga das Nações e o Instituto de Nutrição da América Central do Panamá. Neste artigo analisaremos os nexos presentes na ciência da nutrição em construção nessas políticas para a América Latina em interação com as tradições científicas sobre alimentação, sobretudo dos Estados Unidos e do Canadá, observando essas medidas embasadas em uma série de ações no campo da saúde internacional.
Downloads
Referências
BARONA, Josep L. Nutrition and health. The international context during the inter-war crisis. Social History of Medicine, v. 21, n. 1, pp. 87–105, 2008.
BARROS, Maria Sylvia; TARTAGLIA, José Carlos. A política de alimentação e nutrição no Brasil: breve histórico, avaliação e perspectivas. Alimentos e Nutrição, Araraquara, v. 14, n. 1, pp. 109-121, 2003. BIRN, Anne-Emanuelle. O nexo nacional-internacional na saúde pública: o Uruguai e a circulação das políticas e ideologias de saúde infantil, 1890-1940. História, Ciências, Saúde – Manguinhos,
Rio de Janeiro, v. 13, n. 3, pp. 675-708, jul.-set. 2006.
BIZZO, Maria Letícia Galluzzi. Agências internacionais e agenda local: atores e ideias na interlocução
entre nutrição e país (1932-1964). Tese (Doutorado em História das Ciências e da Saúde) –
Casa de Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, 2012.
BOROWY, Iris. Coming to terms with world health: the League of Nations Health Organization, 1921-
1946. Frankfurt: Peter Lang, 2009.
DRINOT, Paulo. Food, race, and working-class identity: restaurantes populares and populism in
Peru. The Americas, v. 62, n. 2, pp. 245-270, out. 2005.
FERREIRA, Luiz Otávio. Negócio, política, ciência e vice-versa: uma história institucional do
jornalismo médico brasileiro entre 1827 e 1843. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de
Janeiro, v. 11 (suplemento 1), pp. 93-107, 2004.
FLANDRIN, Jean Louis; MONTANARI, Massimo. História da alimentação. São Paulo: Estação
Liberdade, 1998.
GARCIA, Monica. Mortality rates or sociomedical indicators? The work of the League of Nations on
standardizing the effects of the Great Depression on health. Health Policy and Planning, v. 29,
n. 1, pp. 1–11, jan. 2014.
HOWARD, Leathers; FOSTER, Phillips. The world food problem: tackling the causes of undernutrition
in the Third World. Boulder: Lynne Rienner Publishers, 2004.
HOWARD-JONES, Norman. The scientific background of the International Sanitary Conferences, 1851-
1938. Genebra: World Health Organization, 1975.
HURBITUSE, R. Aide alimentaire et pauvreté: vers de nouvelles formes de priorisation des clientèles
et des interventions. In: LABERGE, D. (Dir.), L’errance urbaine. Sainte-Foy: Les Éditions
MultiMondes, 2000; pp. 347-359.
JENSEN, Richard. Nationalism and civic duty in wartime: comparing world war in Canada and
America. Canadian Issues, pp. 6-19, dez. 2004.
LATOUR, Bruno. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. São Paulo:
Editora Unesp, 1999.
MILANESIO, Natalia. Food Politics and Consumption in Peronist Argentina. Hispanic American Historical Review, v. 90, n. 1, pp. 75-108, fev. 2010.
MUNIZ, Érico Silva. Comida, trabalho e assistência social: a alimentação na agenda política brasileira
(1939-1947). Tese (Doutorado em História das Ciências e da Saúde) – Casa de Oswaldo Cruz/
Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, 2014.
OCHOA, Enrique C. Feeding Mexico: the political uses of food since 1910. Wilmington: Scholarly
Resources, 2000.
OLIVEIRA, Nemuel da Silva; MAIO, Marcos Chor. Estudos de comunidade e ciências sociais no Brasil.
Sociedade e Estado, Brasília, v. 26, n. 3, pp. 521-550, set./dez. 2011.
RODRIGUES, Jaime. Alimentação, vida material e privacidade: uma história social de trabalhadores em
São Paulo nas décadas de 1920 a 1960. São Paulo: Alameda, 2011.
RODRÍGUEZ-OCAÑA, Esteban; ZYLBERMAN, Patrick. Improving public health amidst crises.
Introduction. Dynamis, Granada, n. 28, pp. 19-27, 2008.
RUXIN, Joshua Nalibow. Hunger, science and politics: FAO, WHO and Unicef nutrition policies, 1945-
1978. Tese (Doutorado) – University of London. London, 1996.
SCRIMSHAW, Nevin S. History and early development of INCAP. The Journal of Nutrition, v. 140, n. 2,
pp. 394-6, fev. 2010.
STAPLES, Amy L. S. The birth of development: how the World Bank, Food and Agriculture Organization,
and the World Health Organization changed the world, 1945–1965. Kent: Kent State
University Press, 2006.
VERNON, James. Hunger: a modern history. Cambridge/Massachusetts/Londres: The Belknap Press
of Harvard University Press, 2007.
WEINDLING, Paul. The role of international organizations in setting nutritional standards in the
1920s and 1930s. In: KAAMMINGA, Harmke; CUNNINGHAM, Andrew (Eds.). The science and culture of nutrition, 1840-1940. Clio Medica, The Wellcome Institute Series in the History of Medicine. Amsterdã/Atlanta: Editions Rodopi B.V, 1995; pp. 319-332.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).