Em busca da emancipação dos brasileiros à mesa
diálogos entre Slow Food e MST
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p105-106Palavras-chave:
Cultura alimentar, Segurança alimentar, Processo emancipatório, Slow Food, MSTResumo
Este trabalho resulta de um recorte e união de duas pesquisas de doutorado intituladas O papel da informação no resgate da cultura alimentar brasileira: uma análise do catálogo Arca do Gosto e Movimentos sociais e Tipologia Documental: estudo de caso do acervo documental do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A partir da análise dos estudos de caso em questão, busca-se refletir aqui a respeito de um ponto comum a ambas pesquisas: a relação entre a defesa de políticas públicas voltadas para questão agrária, consumo e produção de alimentos por parte dos movimentos Slow Food e MST, valorizando a produção da agricultura familiar e o resgate de hábitos saudáveis e sustentáveis da alimentação brasileira.
Slow Food e MST atuam como importantes mediadores na área da alimentação, exercendo influência nos hábitos de consumo da população a partir do desenvolvimento de políticas públicas e uma agricultura sustentável. Trata-se de movimentos que pregam, entre outras coisas, a valorização da agricultura familiar para o desenvolvimento social e econômico do país. Nesse processo, o consumo se faz como um fator de extrema importância, pois é a partir dele que o circuito de produção se concretiza e integra diversos setores da sociedade. Contudo, na atualidade, os indivíduos se encontram presos às armadilhas da alienação da mídia e do agronegócio, que influenciam e regulamentam o mercado consumidor.
Em defesa da biodiversidade, da emancipação do consumidor e uma agricultura sustentável, o Slow Food trabalha com a Arca do Gosto, um catálogo promovido pelo movimento e que seleciona alimentos em risco de extinção a partir da indicação da população, com base em critérios pré-estabelecidos, e o MST realiza ações referentes a questões agrárias nacionais e da estruturação de políticas públicas para o uso social da terra. Nesse sentido, a Arca do Gosto trata de uma seleção de alimentos tradicionais em risco de desaparecer, que informa a população a respeito da importância desses alimentos, e o MST promove ações de acessibilidade universal a uma alimentação saudável. Dessa forma, ambos os movimentos fomentam a preservação da cultura local, a segurança alimentar, a salvaguarda da biodiversidade e estimulam o consumo dos mesmos e da agricultura familiar.
Em complemento ao alerta que a Arca do Gosto oferece à população em relação à neces- sidade de se consumir e proteger alimentos tradicionais, temos as ações do MST pela reforma agrária justa. O MST também age em direção à busca por um futuro onde cada um possa consumir o alimento de seu território. O respeito ao território tende a contribuir com a preservação dos hábitos alimentares, espécies e cultivares tradicionais, pois cada região possui seus modos de preparo e cada espécie/cultivar tem sua origem em um bioma distinto.
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