O consumo como experiência
de vestimentas e alimentos a luxo e gastronomia (séculos XIX-XXI)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p181Palavras-chave:
Luxo, Gastronomia, Moda, ExperiênciaResumo
A moda de luxo e a gastronomia não foram invenções do século XIX. Vestimentas suntuosas e alimentos refinados eram habitualmente consumidos pelas cortes aristocráticas nos séculos XVII e XVIII. A grande diferença introduzida pelo século XIX, portanto, foi o banimento da restrição do consumo desses bens à classe aristocrática.
A possibilidade do acesso ao luxo e à gastronomia implica na necessidade do estabelecimento de novos critérios que garantam sua exclusividade à nova classe dominante. Esse preceito é traduzido em preços mais elevados, o que certifica não apenas a manutenção da restrição do consumo do luxo e da gastronomia à burguesia, como reforça a distinção da produção sofisticada desses bens ao modo de produção industrial em crescimento.
Entretanto, no século XX, especialmente a partir dos anos 1950, o desenvolvimento dos meios de reprodutibilidade técnica promove a massificação na produção de bens de luxo e artigos gastronômicos, equiparando-se cada vez mais à produção daquilo que é considerado banal. A partir de então, se a forma como são produzidos não demarca mais a diferenciação entre o simples e o refinado, é necessário que novas formas de consumo o façam.
Deste modo, a experiência do consumo assume uma posição de especial relevância, inclusive em comparação à forma de produção. Assim, não é mais a experiência da produção que confere ao bem de luxo ou ao artigo gastronômico a qualidade de exclusivo, mas a forma como são consumidos que garante a reprodução da sensação de exclusividade.
Este trabalho pretende discutir como se manifestam essas experiências de consumo do luxo e da gastronomia no século XXI. Será dada especial atenção às expressões que combinam a moda de luxo e a gastronomia a uma experiência estética, na qual se busca a desvinculação da reprodutibilidade técnica através da compreensão do consumo como um momento supra-histórico, em que é privilegiada a experiência sensorial do “aqui e agora”.
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