Manuais técnicos de confeitaria

apontamentos sobre edições e o mercado editorial carioca (Rio de Janeiro, 1850-1930)

Autores

  • Larissa Alves de Lima Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de História

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p246-247

Palavras-chave:

Doçaria, Açúcar, Edições, Consumo

Resumo

O presente resumo trata-se de um recorte de meu projeto de pesquisa de mestrado intitulado A arte de fazer toda qualidade de doces (Rio de Janeiro, 1850-1930).

Considerando a intensa publicação de manuais técnicos de confeitaria entre a segunda metade do século XIX e as primeiras décadas do século XX, indicando a existência de um mercado editorial no setor, a presente comunicação abordará o significado desse mercado editorial.

Entre 1850 e 1930, foram publicados no Rio de Janeiro diversos livros de culinária. Dentre eles, estão nove livros de receitas doces: Doceiro Nacional ou Arte de Fazer toda qualidade de doces; Dicionário do Doceiro Brasileiro; O Confeiteiro Popular ou Manual theorico e pratico de confeitaria e pastelaria para uso dos professionaes e particulares; Manual do Distillador e Licorista; A Doceira Doméstica; O Confeiteiro Nacional. Manual Theorico e Pratico de Confeitaria, Refinação e Pastelaria; Doceira Brasileira ou nova guia para se fazerem todas as espécies de doces; DOCEIRA Nacional; Manual de Confeitaria.

Com o objetivo de compreender a edição dos livros de receitas doces do período em questão, é necessário esboçar algumas considerações sobre o mercado editorial fin de siècle. Capital do Império, a cidade do Rio de Janeiro possuía o maior “número de leitores em potencial”, segundo Tânia Bessone em O que liam os cariocas? (2005). Em estudo intitulado Páginas de Sensação, Alessandra El Far preocupava-se com os livros destinados para o “povo” – a autora não está se referindo às camadas mais baixas da sociedade, mas sim a um crescente público consumidor em formação no espaço urbano e alvo dos impressos a preços populares.

De acordo com Bessone, os livros mais vendidos e lidos pelos cariocas diziam respeito, sobretudo, aos romances de aventura. No entanto, existiam obras que fugiam desse formato e obtinham sucesso, como é o caso dos manuais práticos “que ensinavam a cozinhar ou alguma outra atividade similiar ou manuais de polidez”. Neste setor encontram-se os manuais técnicos de confeitaria. Segundo El Far, o desenvolvimento desse mercado livreiro deve ser compreendido a partir da proclamação da República e o fim do sistema escravocrata. Nesse sentido, esse mercado fomentou-se com a “chegada das inovações tecnológicas de impressão, que viabilizaram a produção de exemplares mais baratos, a entrada maciça de imigrantes dispostos a se instalarem no mercado varejista munidos de um pequeno capital trazido na bagagem, o número sempre crescente de escravos libertos capaz de compor um aglomerado cada vez maior de consumidores em potencial, os pequenos progressos no processo de alfabetização” (ver Alessandra El Far, Páginas de Sensação – Literatura popular e pornográfica no Rio de Janeiro (1870-1924), 2004).

Nesta comunicação, focaremos na análise das edições, público, receitas e utensílios de especialmente cinco livros de receitas: Doceiro Nacional, Dicionário do Doceiro Brasileiro, Confeiteiro Popular, Manual do Distillador e Licorista e Manual de Confeitaria.

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Biografia do Autor

  • Larissa Alves de Lima, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de História

    Mestranda em História Econômica na Universidade de São Paulo.

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Publicado

2019-12-01

Como Citar

Lima, L. A. de. (2019). Manuais técnicos de confeitaria: apontamentos sobre edições e o mercado editorial carioca (Rio de Janeiro, 1850-1930). Revista Ingesta, 1(2), 246-247. https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p246-247