Quem vê cara não vê coração?

A dialética da equidade-distinção no consumo de alimentos alternativos

Autores

  • Luciana Pereira da Fonseca Faculdade Anhanguera de Brasília
  • Daiane Pereira da Fonseca Lopes Universidade de Brasília
  • Edilene Sampaio Universidade de Brasília. Faculdade de Economia e Administração

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p268-269

Palavras-chave:

Redes alimentares alternativas, Distinção social, Equidade social

Resumo

Em resposta à expansão da produção de commodities agrícolas detentoras de um sistema agroalimentar caracterizado como insustentável, as comunidades agroalimentares alternativas (por exemplo: coloniais, orgânicos e artesanais) inseriram-se em iniciativas que admitem práticas sustentáveis. Dito isso, o consumo de alimentos advindos desse sistema apresenta-se, na contemporaneidade, como um movimento inerente ao funcionamento da sociedade, sendo visto como um agrupamento que ampara esferas e perspectivas díspares. Embora esse sistema fomente ações que apoiam a dinamicidade da sustentabilidade, estes preservam características que orientam a divisão de classe, evidenciando o status social, ainda a exclusão e a distinção dos sujeitos. Nesse sentido, para avançar na discussão relativa aos regimes alimentares contemporâneos, este artigo explora a dialética ecoante no consumo alimentar alternativo. A metodologia utilizada será caracterizada através de pesquisa bibliográfica, que é conduzida a partir de dados bibliográficos. Inicialmente, as redes alimentares alternativas evocam a reaproximação entre produtores e consumidores, retomando a necessidade do conhecimento a respeito da origem dos alimentos. Moacir Roberto, parafraseando Goodman, aponta que as interações entre os elos da cadeia produtiva, a retomada de uma produção regionalizada e uma qualidade diferenciada são cruciais nos mercados alternativos. A partir desses fundamentos, as análises apontaram para um consumo alimentar alternativo amparado, simultaneamente, em duas vertentes: igualdade social e distinção social. No primeiro cenário, notou-se um consumo orientado para a geração e consolidação de um mercado, onde são evidenciadas relações igualitárias de poder. A despeito da distinção social, Joanne Hollows e Steve Jones destacam que a alimentação alternativa, como um mercado com preposições éticas, pode ser utilizada para a geração de lucros. Constata-se que, ao oferecer produtos diferenciados (que sedimentam uma distribuição desigual), o mercado alternativo possibilita a elitização, estruturada no habitus e na distinção de classes. Nesse sentido, através das informações apresentadas, identificou-se que o consumo alternativo estabelece tensões entre consumidores orientados para a igualdade e os voltados para a distinção. Assim, à medida que a orientação distintiva emprega uma dinâmica que disfarça a comida de simples e disponível, indica democratização, gerando ruídos na comunicação na rede.

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Biografia do Autor

  • Luciana Pereira da Fonseca, Faculdade Anhanguera de Brasília

    Graduanda em Administração na Faculdade Anhanguera de Brasília (FACNET-DF).

  • Daiane Pereira da Fonseca Lopes, Universidade de Brasília

    Mestre em Agronegócios pela Universidade de Brasília (UnB), pesquisadora do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da UnB.

  • Edilene Sampaio, Universidade de Brasília. Faculdade de Economia e Administração

    Mestre em Agronegócios pela Universidade de Brasília (UnB), professora da Faculdade de Economia e Administração da UnB.

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Publicado

2019-12-01

Como Citar

Fonseca, L. P. da, Lopes, D. P. da F., & Sampaio, E. (2019). Quem vê cara não vê coração? A dialética da equidade-distinção no consumo de alimentos alternativos. Revista Ingesta, 1(2), 268-269. https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p268-269