Tradição e inovação: uma análise musical da obra Mutationen VI de Claudio Santoro
DOI:
https://doi.org/10.11606/rm.v21i1.188826Palavras-chave:
Análise musical, Notação musical, Indeterminação, Música eletrônica mista, Claudio SantoroResumo
Relacionada contextualmente com o percurso da música brasileira do século XX, a obra Mutationen VI, para violino e fita magnética, composta por Claudio Santoro em 1972, caracteriza-se pelo uso do que o próprio compositor chama de “aleatório controlado”. A análise da obra relaciona os aspectos pertinentes à notação musical não-tradicional – através dos trabalhos de Gould (2011), Strange e Strange (2001), Dourado (1998) e Stone (1980) – às “estratégias de invariância” (Costa, 2009; 2018). A articulação de processos aparentemente díspares, como o dodecafonismo, técnicas tradicionais e estendidas ao instrumento e a gravação da parte eletroacústica pelo próprio intérprete são exploradas e expostas neste trabalho.
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