Dissonância micrométrica como possibilidade analítica da música dos séculos XX e XXI
DOI:
https://doi.org/10.11606/rm.v21i1.188844Palavras-chave:
Micrométrica, Dissonância micrométrica, Deslocamento, Andamento, Aceleração ou retenção contínuaResumo
A dissonância métrica, conceito que surge no século XIX como uma ferramenta composicional, foi sistematicamente teorizada por Krebs (1999), compreendendo situações de desalinhamento métrico entre estratos interpretativos distintos. Um axioma teórico compreende que as dissonâncias métricas apresentam um estrato comum e mais rápido ou em nível menor àqueles estratos interpretativos que dissonam, chamado de estrato de pulso. Em oposição estrutural à dissonância hipermétrica, já discutida em bibliografia teórica recente, este trabalho propõe uma definição para a dissonância micrométrica. Conceituada enquanto situação em que o estrato de pulso se torna, também, um dos estratos em conflito métrico (estrato interpretativo), a dissonância micrométrica pode ser segmentada em categorias analíticas específicas. Ao teorizar três categorias possíveis, a saber, por andamento, por deslocamento e por aceleração ou retenção contínua, este trabalho ainda apresenta concisos exemplos analíticos para cada qual. Considera-se que o conceito de dissonância micrométrica é de grande relevância para se analisar o plano temporal de muitas composições dos séculos XX e XXI.
Downloads
Referências
BERLIOZ, Hector. Strauss: Son Orchestre, Ses Valses – De L’Avenir Du Rhythme. Site Hector Berlioz, 2015 [Journal de Débats, p. 1, 10 nov. 1837]. Disponível em: http://www.hberlioz.com/feuilletons/debats371110.htm. Acesso em: 8 jun. 2021.
BERRY, Wallace. Structural Functions in Music. Mineola: Dover Publications, 1987.
BIAMONTE, Nicole. Formal Functions of Metric Dissonance in Rock Music. Journal of Society for Music Theory, v. 20, n. 2, [s.n.], 2014.
BROWN, Ryan. From EDM to Math Rock: Metrical Dissonance in the Music of Battles. Tese (Doutorado) – University of Princeton, Princeton, NJ, 2014.
BROWER, Candace. Memory and Perception of Rhythm. Music Theory Spectrum, v. 15, n. 1, p. 19-35, 1993.
BUTLER, Mark J. Unlocking the Groove: Rhythm, Meter, and Musical Design in Electronic Dance Music. Bloomington and Indianapolis: Indiana University Press, 2006.
GAULDIN, Robert. Harmonic Practice in Tonal Music. New York: W. W. Norton, 2004.
Gumboski, Leandro. Da dissonância micrométrica: possibilidades teórico-analíticas. In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE TEORIA E ANÁLISE MUSICAL, 5., 2019, Campinas. Anais... Campinas, Universidade Estadual de Campinas, 2019. p. 393-406. Disponível em: https://eitam5.nics.unicamp.br/wp-content/uploads/2021/01/EITAM5-paper_28_GumboskiL-pp_393-406.pdf. Acesso em: 18 maio 2020.
HANENBERG, Scott James. Unpopular Meters: Irregular Grooves and Drumbeats in the Songs of Tori Amos, Radiohead, and Tool. Tese (Doutorado) – Faculty of Music, University of Toronto, 2018.
HASTY, Christopher F. Meter as rhythm. 20th anniversary edition. New York: Oxford University Press, 2020.
KREBS, Harald. Fantasy Pieces: metrical dissonance in the music of Robert Schumann. New York: Oxford University Press, 1999.
LONDON, Justin. Hearing in Time: Psychological Aspects of Musical Meter. 2. ed. New York: Oxford University Press, 2012.
LOVE, Stefan Caris. Subliminal Dissonance or “Consonance”? Two Views of Jazz Meter. Music Theory Spectrum, v. 35, n. 1, p. 48-61, 2013.
McCANDLLES, Gregory Richard. Rhythm and Meter in the Music of Dream Theater. Tese (Doutorado) – College of Music, The Florida State University, Tallahassee, 2010.
PIESLAK, Jonathan. Re-casting Metal: Rhythm and Meter in the Music of Meshuggah. Music Theory Spectrum, v. 29, n. 2, p. 219-245, 2007.
REICH, Steve. Music as a Gradual Process. In: COX, Christoph; WARNER, Daniel (Org.). Audio Culture: Readings in Modern Music. London: Bloomsburry, 2004
SANTA, Matthew. Hearing Rhythm and Meter: Analyzing Metrical Consonance and Dissonance in Common-Practice Period Music. London and New York: Routledge, 2019.
YESTON, Maury. The Stratification of Musical Rhythm. New Haven and London: Yale University Press, 1976.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Leandro Gumboski
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a CC Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).