A América e o homem darwiniano: por que o "Origin of species" passou a largo?
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0102-25551993000200005Palavras-chave:
Darwin, C. R., Darwinismo, Ensino de EvoluçãoResumo
O ensino de ciências tem comparado os estudantes a pequenos cientistas em ação. Apesar das diferenças, existem alguns paralelos interessantes que dizem respeito à forma como as hipóteses se modificam na mente daquele que as pensa. O caso de Charles Darwin é muito ilustrativo neste aspecto. A descoberta de seus cadernos de anotações, escritos vinte anos antes do "Origin os Species", revelou um jovem cientista preocupado com a evolução de todas as espécies, a humana inclusive. Seu caderno M, por exemplo, traz anotações específicas sobre o Homem, que deveriam ser utilizadas adiante. Suas impressões a respeito dos indígenas sul-americanos, dos gaúchos das pradarias do Prata, etc. amalgamaram uma figura complexa do ser humano, suas possibilidades e limites. A questão humana, no entanto, não aparece explicitamente no "Origin of Species". Procuramos algumas razões que pudessem explicar essa lacuna a partir de uma releitura dos manuscritos originais de Charles Darwin, depositados na Biblioteca da Universidade de Cambridge e na British Library em Londres. Os resultados indicam que o Homem seria abordado especificamente no Capítulo VI ("Seleção Natural"), mas alguns acontecimentos inesperados acabaram por dissuadi-lo. O recebimento da carta de Alfred R. Wallace, a forma como o capítulo estava sendo escrito, seus acréscimos e deleções, o precário estado de saúde de Darwin e um acontecimento fatídico na sua família poderiam explicar a razão do Homem não ser uma das partes de "Origin of Species".Downloads
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