Patriarcado e Exclusão Feminina da Esfera Pública: cotas eleitorais para mulheres no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-1095.rgpp.2025.189227Palavras-chave:
Eleições, Desigualdade de gênero, Cotas de gênero, Esfera pública, PatriarcadoResumo
O presente artigo busca elucidar, a partir de pesquisas bibliográficas, o papel feminino nos processos eleitorais e sua luta política por espaços sociais diante de uma sociedade fundada e sustentada pela ideologia patriarcal. A luta pela paridade de gênero parte da necessidade de encontrar caminhos que levem as mulheres para os espaços de poder com reais possibilidades de alterar a sua própria realidade. Criar essas chances, entretanto, implica em modificar a esfera de poder que há séculos é dominada por homens que legislam em seu favor por sucessivos mandatos. Nesse sentido, ao analisarmos Saffioti, reconhecemos com aprofundamento as raízes patriarcais que constituíram a sociedade e verificamos que o próprio Estado produziu e produz políticas públicas deletérias para as mulheres, atrasando ainda mais a conquista de direitos básicos. Em “Gênero, o público e o privado” (2008), Okin consegue materializar os imensos obstáculos que as mulheres precisam transpor mesmo quando já obtiveram direitos iguais aos homens. As candidaturas-laranjas femininas, por exemplo, são um sintoma de um sistema político patriarcal e clientelista, que não segue as regras da política e afasta mulheres sérias e competentes dos espaços públicos. Por fim, o artigo procura refletir e até questionar, embasado por ampla bibliografia e discussões assertivas sobre o tema, como fortalecer a democracia e as instituições e irromper com o patriarcalismo enraizado no Brasil.
Downloads
Referências
Aquino de Souza, Cristane. (2014). A eficácia das cotas eleitorais na Argentina e no Brasil. Direitos Fundamentais e Democracia IV. CONPEDI, pp. 367-384.
Bolognesi, Bruno. (2012). A cota eleitoral de gênero: política pública ou engenharia eleitoral?. Paraná Eleitoral: Revista Brasileira de Direito Eleitoral Ciência política, 1(2). 113-129. https://doi.org/10.5380/preleitoral.v1i2.42736
Garcia, Carla C. (2019). Notas Sobre a História dos Trabalhos das Mulheres na Sociedade Ocidental: das diferenças as desigualdades laborais de gênero. Revista Gestão & Políticas Públicas, 9(1), 123-140. https://doi.org/10.11606/issn.2237-1095.v9p123-140
ONU Mulheres; União Interparlamentar (IPU). (2020). Mujeres en la política: 2020: Situación al 1° de enero de 2020. ONU Mulheres, Brasil. https://www.unwomen.org/-/media/headquarters/attachments/sections/library/publications/2020/women-in-politics-map-2020-es.pdf?la=en&vs=828
Okin, Susan M. (2008). Gênero, o público e o privado. Revista Estudos Feministas, 16(2), 305-332. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2008000200002
Portal EBC. (2013) O que é a suplência de senador? Brasília. Disponível em https://memoria.ebc.com.br/noticias/politica/2013/07/o-que-e-a-suplencia-de-senador
Pudenzi, Ana Gabriela., & Silva, Alessandro Soares da. (2021). A Mulher no capitalismo: luta por direitos e resistência à lógica da dominação-exploração. RVMD, 15(2), 53-83. https://doi.org/10.31501/rvmd.v15i2,%20Jul/Dez.14048
Quintela, Débora Françolin., Dias, Joelson Costa. (2016). Participação política das mulheres no Brasil: das cotas de candidatura à efetiva paridade na representação. Revista de Teorias da Democracia e Direitos Políticos, 2(1), 54-72. https://doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2525-9660/2016.v2i1.1105
Sabino, Maria Jordana Costa., Lima, Patrícia Verônica Pinheiro Sales. (2015). Igualdade de gênero no exercício do poder. Revista Estudos Feministas, 23(3),713-734. https://doi.org/10.1590/0104-026X2015v23n3p713
Saffioti, Heleieth I. B. (2009). Ontogênese e Filogênese de Gênero: ordem patriarcal de gênero e a violência masculina contra mulheres. Série Estudos e Ensaios / Ciências Sociais / FLACSO-Brasil., pp. 1-44. https://flacso.redelivre.org.br/files/2015/03/Heleieth_Saffioti.pdf
Saffioti, Heleith I. B. (2024). A Mulher na Sociedade de Classe: mito e realidade. Expressão Popular. (originalmente publicado em 1969).
Tribunal Superior Eleitoral. (2018, 6 mar.). Mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro: Número é desproporcional ao número de candidatas. Tribunal Superior Eleitoral, Brasil. https://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2018/Marco/mulheres-representam-52-do-eleitorado-brasileiro
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Otávio Scalabrin Hübner, Gabriel Serrano de Oliveira Abreu

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
A RG&PP segue o padrão Creative Commons (CC BY-NC-SA), que permite o remixe, adaptação e criação de obras derivadas do original, mesmo para fins comerciais. As novas obras devem conter menção ao(s) autor(es) nos créditos.
A RG&PP utiliza o software de verificação de similaridade de conteúdo – plagiarismo (Crossref Similarity Check) nos artigos submetidos ao periódico.