Moda, Gênero e Políticas Públicas: o caso das rendeiras de bilro brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-1095.rgpp.2024.223438Palavras-chave:
Moda, Gênero, Políticas Públicas, Patrimônio Cultural, RendeirasResumo
O tema deste artigo é “Moda, Gênero e Políticas Públicas voltadas à valorização do artesanato brasileiro tradicional”, tomando como estudo de caso as rendeiras de bilro no Brasil, herdeiras do patrimônio cultural dos tempos coloniais. O trabalho foi motivado pela necessidade de acompanhar o debate sobre relações de gênero e políticas públicas, observando que parte expressiva da mão-de-obra da moda é composta por mulheres. A moda é tradicionalmente pautada por países do Norte Global e por grandes centros urbanos. Do ponto de vista empírico, notamos que o artesanato tradicional vem se adaptando ao mercado após gestões de políticas que aproximaram as propostas tradicionais ao mercado da Moda, em um período em que os grupos feministas tiveram acesso às instâncias do estado na promoção de políticas públicas de gênero. Do ponto de vista conceitual, entendemos a urgência de aproximar, e compreender, o suporte das políticas públicas na aproximação do design social e as práticas de geração de renda a partir de grupos femininos. Dessa forma, nosso estudo de caso tratará de contextualizar uma política pública que contempla a confecção da renda de bilro feita por mulheres como continuidade do patrimônio cultural herdado e sua adaptação ao aproximá-lo do design social, ampliando a renda familiar de mulheres do grande interior do país.
Downloads
Referências
Associação de Rendeiras de Morros da Mariana. (s/d). Casa das Rendeiras. site. http://casadasrendeirasilha.blogspot.com/
Avelar, Susana. (2011). Moda, globalização e novas tecnologias. Estação das Letras e Cores.
Corrêa, M. (2004) Trampas do traje. Cadernos Pagu, 22, 185-200. http://www.scielo.br/pdf/cpa/n22/n22a08.pdf
Bueno, Maria Lúcia. (2022). Mulheres na alta-costura, no início do século. 17º Colóquio de Moda – ABEPEM. https://www.youtube.com/watch?v=VypLuLqB0c4
Dominguez, Mercedes. (2012, abril). Nuestra experiencia en la investigación descolonizada activista de co-labor: la forma de proceder en lo concreto. Comunicação apresentada no Seminario (Virtual) Internacional Creación de Prácticas de Conocimiento desde el Género, los Movimientos y las Redes. http://encuentroredtoschiapas.jkopkutik.org/pdfs/Ponencias/Nuestra_experiencia_en_la_investigacion_descolonizada_activista.pdf
Rivera Cusicanqui, Silvia. (2010). Ch’ixinakax utxiwa: una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores. Tinta Limón.
Facio, Alda., & Fríes, Lorena. (2001 Género y Derecho. Ediciones La Morada. https://observatoriojusticiaygenero.gob.do/documentos/PDF/publicaciones/Lib_genero_derecho.pdf
Figueiredo, Carlos. (2010). Estudos subalternos: uma introdução aos estudos subalternos. Revista Raído, 4(7), 83-92. http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/Raido/article/view/619
Fraser, Nancy. (1997). Justice Interruptus: critical reflections on “postsocialist” condition. Routledge.
Haraway, Donna. (1995). Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, 5, 7-41. https://ieg.ufsc.br/storage/articles/October2020/31102009-083336haraway.pdf
IPHAN. (2009, 28 de jan.). O Modo de Fazer Renda Irlandesa. http://portal.iphan.gov.br/videos/detalhes/37/o-modo-de-fazer-a-renda-irlandesa
Komar, Mona. (2016). How Women Have Used Fashion As A Feminist Tool Throughout History. Bustel Digital Group. https://www.bustle.com/articles/191181-how-women-have-used-fashion-as-a-feminist-tool-throughout-history
Krook, Mona., & Childs., Sarah. (2010). Women, Gender and Politics: an Introduction. IN Krook, M. L. e Child, S. (Orgs). Women, Gender, and Politics: a Reader ; (pp. 3-20). Oxford University Press.
Laswell, Harold D. (1936). Politics. Who Gets What, When, How. The American Political Science Review, 30(6). 1174-1176. https://www.cambridge.org/core/journals/american-political-science-review/article/abs/politics-who-gets-what-when-how-by-harold-d-lasswell-new-york-whittlesey-house-1936-pp-ix-264/90C407BEDE6963B3D2C84FF79C695E1E
Leya, Xochitil., & Speed, Shannon. (orgs.) (2008). Gobernar (en) la diversidad: experiencias indígenas desde América Latina. Hacia la investigación de colabor. CIESAS, FLACSO Ecuador y FLACSO. http://biblio.flacsoandes.edu.ec/catalog/resGet.php?resId=40038
Lynn, Laurence E. (1980). Designing Public Policy: a Casebook on the Role of Policy Analysis. Goodyear.
Machado, Lia Zanotta. (1994). Campo intelectual e feminismo: Alteridade e subjetividade nos Estudos de gênero. Série Antropologia. https://dan2.unb.br/images/doc/Serie170empdf.pdf
Maldonado-Torres, Nelson. (2018) Análise da Colonialidade e da Decolonialidade: algumas dimensões básicas. Em Joase Bernardino-Costa., Nelson Maldonado-Torres., & Ramón Grosfoguel. (Eds.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. (pp.31-61). Autêntica.
Masson, Sabine. (2010). Transformación de la investigación desde las prácticas feministas poscoloniales. De vuelta a mi experiencia etnográfica y activista con Tzome Ixuk”. Em Xochitl Leya et al. Conocimientos y prácticas políticas: reflexiones desde nuestras prácticas de conocimiento situado. (pp. 59-82). CIESAS, Unicach, Programa Democratización y Transformación Global-UNMSM.
Menezes, Victor. (Direção). (2008). Documentário “Cultura e Renda - Preservação e Difusão da Renda de Bilro”. Jequitibá Cultural. realizado pela Jequitibá Cultural. https://www.youtube.com/watch?v=Ri31vrHEeZM
Mignolo, Walter. (2010). Desobediencia epistémica, Pensamiento independiente y Libertad de-colonial. CIDECI Las Casas A.C./UNITIERRA Chiapas, San Cristóbal de Las Casas. https://professor.ufop.br/sites/default/files/tatiana/files/desobediencia_epistemica_mignolo.pdf
Mohanty, Chandra Talpade. (2008). Bajo los ojos de Occidente Academia Feminista y discurso colonial. Em Liliana Suárez Navaz., & Rosalva Aída Hernández. (Orgs.). Descolonizar el Feminismo: Teorías y Prácticas desde los Márgenes. (pp. 117-163). Ediciones Cátedra.
Murilho, Elisabeth. (2011, abril). É possível falar de tribos urbanas hoje? A moda e a cultura juvenil e contemporânea. Revista Iara, 4(1), 47-64. http://www1.sp.senac.br/hotsites/blogs/revistaiara/wp-content/uploads/2015/01/05_IARA_vol4_n1_Artigo.pdf
Papanek, Victor. (1973). Design for the real world. Nova Iorque: Bantam Books. https://monoskop.org/images/f/f8/Papanek_Victor_Design_for_the_Real_World.pdf
Pateman, Carole. (1983). Feminism and democracy. Em Graeme Duncan. (ed.). Democratic theory and practice. (pp. 204-217). Cambridge University Press.
Pateman, Carole. (1988). The Sexual Contract. Stanford University Press.
Pateman, Carole. (1992). Participação e Teoria Democrática. Paz e Terra.
Quijano, Anibal. (2005). Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. Em Edegardo Lander. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. (pp. 117-142). Clacso. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2591382/mod_resource/content/1/colonialidade_do_saber_eurocentrismo_ciencias_sociais.pdf
Peters, B. Guy. (1986). American Public Policy. Chatham House.
Phillips, Anne. (2001). De uma Política de Ideias a uma Política de Presença? Estudos Feministas, 9(1), 268-290. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2001000100016
Pudenzi, Ana Gabriela M., & Silva, Alessandro. (2021). A mulher no capitalismo: luta por direitos e resistência à lógica da dominação-exploração. Revista do Mestrado em Direito da Universidade Católica de Brasília, 15(2), 56-83. https://portalrevistas.ucb.br/index.php/rvmd/article/view/14048
Santos, Boaventura. (2006). Conocer desde el Sur. Para una cultura política emancipatória. Editorial Universidad Bolivariana. https://www.boaventuradesousasantos.pt/media/Conocer%20desde%20el%20Sur_Lima_2006.pdf
Silva, Alessandro Soares da. (2018). A Ação Pública: um outro olhar sobre Estado, Sociedade e Políticas Públicas. Revista Gestão & Políticas Públicas, 8(1), 194-204. https://doi.org/10.11606/issn.2237-1095.v8p194-204
Scott, Joan. (1996). El género: Una categoría útil para el análisis histórico. Em Marta Lamas (Comp.). El género: la construcción cultural de la diferencia sexual. (pp. 265-302). PUEG.
Sasaoka, Silvia., Leite, Gisele., Moura, Monica., & Paschoarelli, Luís. (2018). A contribuição do design social na preservação cultural das rendeiras de bilro. Cuadernos del Centro de Estudios en Diseño y Comunicación. Ensayos, 69, 81-95. http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1853-35232018000400008
Silva, Flávia. (2016). Gênero, agroecologia e economia solidária: estudo de caso do grupo de mulheres do Acampamento Recanto da Natureza em Laranjeiras do Sul – PR. Desenvolvimento & Meio Ambiente, 39, 115-132. https://doi.org/10.5380/dma.v39i0.45697
Waylen, Georgina. (2014). Informal Institutions, Institutional Change and Gender Equality. Political Research Quarterly, 63(1), 203-217. https://www.jstor.org/stable/23612047
https://doi.org/10.5380/dma.v39i0.45697
Waylen, Georgina. (2009). “What Can Historical Institutionalism Offer Feminist Institutionalists?”, paper apresentado para a PSA Annual Conference, Manchester, 7-9. https://www.researchgate.net/profile/Waylen_Georgina/publication/228388907_What_Can_Historical_Institutionalism_Offer_Feminist_Institutionalists/links/560e601508ae0fc513ed2def/What-Can-Historical-Institutionalism-Offer-Feminist-Institutionalists.pdf?origin=publication_detail, acesso em 14-02-2023.
Veillon, Dominique. (2004). Moda e guerra: um retrato da França ocupada. Jorge Zahar.
Young, Iris Marion. (1990). Justice and the politics of difference. Princeton University Press.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Suzana Avelar Gomes, Patrícia Rangel, Lúcia Avelar

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
A RG&PP segue o padrão Creative Commons (CC BY-NC-SA), que permite o remixe, adaptação e criação de obras derivadas do original, mesmo para fins comerciais. As novas obras devem conter menção ao(s) autor(es) nos créditos.
A RG&PP utiliza o software de verificação de similaridade de conteúdo – plagiarismo (Crossref Similarity Check) nos artigos submetidos ao periódico.