Existe uma teoria do pós-modernismo periférico?

A Tropicália e a crítica de arte de Mário Pedrosa dos anos 1960

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v1i76p18-33

Palavras-chave:

Mário Pedrosa, pós-modernismo, centro-periferia, Tropicalismo

Resumo

Após Caetano Veloso e Gilberto Gil se apresentarem no Festival de MPB, de 1967, evidenciou-se uma mudança na cultura brasileira. De 1966 a 1968, Mário Pedrosa delineava em suas colunas do Correio da Manhã o que entendia por pós-modernismo analisando as artes visuais contemporâneas. Apesar da contemporaneidade entre a Tropicália e Pedrosa, a análise dele não é usada para compreender a intervenção dos dois músicos na cultura brasileira dos anos 1960. Assim, reconstruiremos o conceito de Pedrosa para investigar a Tropicália enquanto uma manifestação do pós-modernismo na periferia.

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Biografia do Autor

  • Josnei Di Carlo, Universidade Federal de Santa Catarina

    Josnei Di Carlo é pós-doutorando no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

     

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Publicado

2020-08-12

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Artigos

Como Citar

Di Carlo, J. (2020). Existe uma teoria do pós-modernismo periférico? A Tropicália e a crítica de arte de Mário Pedrosa dos anos 1960. Revista Do Instituto De Estudos Brasileiros, 1(76), 18-33. https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v1i76p18-33