A dialética da demofobia em Florestan Fernandes: entre democracia forte e autocracia burguesa
DOI:
https://doi.org/10.11606/2316901X.n89.2024.e10724Palavras-chave:
Florestan Fernandes, Democracia, DemofobiaResumo
Este artigo investiga o deslocamento das abordagens sociológicas de Florestan Fernandes para temas diretamente relacionados com a política a partir de suas reflexões sobre o fascismo na América Latina, o modelo autocrático-burguês de transformação capitalista e o importante curso sobre autoritarismo, na PUC-SP. Sugerimos, destarte, que Fernandes apresentou ao debate público e intelectual teorizações que avaliam as barreiras à democratização no Brasil. Emerge em seus textos uma democracia forte, restrita e que rotiniza o autoritarismo, caracterizada pelo que alguns teóricos contemporâneos nomeiam de demofobia.
Downloads
Referências
AGUIAR, Thais Florencio de. Tópicos para uma reflexão democrática em uma civilização tropical. Lua Nova, n. 87, p. 203-232, 2012. https://doi.org/10.1590/S0102-64452012000300009.
AGUIAR, Thais Florencio de. Demofobia e demofilia: dilemas da democratização. Rio de Janeiro: Editora Azougue, 2015.
ARISTÓTELES, Política. São Paulo: Nova Cultural, 2000. (Os Pensadores).
BASTIDE, Roger; FERNANDES, Florestan. (1955). Brancos e negros em São Paulo: ensaio sociológico sobre aspectos da formação, manifestações atuais e efeitos do preconceito de cor na sociedade paulistana. São Paulo: Global, 2013.
BASTOS, Elide Rugai. A questão racial e a revolução burguesa. In: D’INCAO, Maria Angela (Org.). O saber militante: ensaios sobre Florestan Fernandes. São Paulo: Paz e Terra, p. 140-150, 1987. Disponível em: https://shorturl.at/tSRTm. Acesso em: 29 nov. 2024.
BASTOS, Elide Rugai; BOTELHO, André. Para uma sociologia dos intelectuais. Dados – Revista de Ciências Sociais, v. 53, n. 4, p. 889-919, 2010. https://doi.org/10.1590/S0011-52582010000400004.
BONEFELD, Werner. The strong state and the free economy. London: Roman and Littlefield, 2017.
BOTELHO, André; BRASIL JR., Antonio. A revolução burguesa no Brasil: cosmopolitismo sociológico e autocracia burguesa. In: FERNANDES, Florestan. A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica. Curitiba: Kotter Editorial; São Paulo: Editora Contracorrente, 2022. Disponível em: https://shorturl.at/RmRDx. Acesso em: 29 nov. 2024.
BRASIL JÚNIOR, Antonio da Silveira. Passagens para a teoria sociológica: Florestan Fernandes e Gino Germani. São Paulo: Hucitec, 2013.
DARDOT, Pierre et al. A escolha da guerra civil: uma outra história do neoliberalismo. Trad. Márcia Pereira Cunha. São Paulo: Elefante, 2021.
D’ERAMO, Marco. Entrepreneurs in uniform. Sidecar - NLR Blog, 15 jul. 2015. Disponível em: https://newleftreview.org/sidecar/posts/entrepreneurs-in-uniform. Acesso em 29 nov. 2024.
ENGLANDER, Alexander David Anton Couto. Dilemas da revolução brasileira: democracia contra demofobia. Curitiba, Appris, 2022.
FERNANDES, Florestan. (1965). A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: Contracorrente, 2021.
FERNANDES, Florestan. (1974).A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica. São Paulo: Globo, 2005.
FERNANDES, Florestan. (1976). A sociedade escravista no Brasil. In: FERNANDES, Florestan. Circuito fechado: quatro ensaios sobre o “poder institucional”. São Paulo: Globo, 2010, p. 37-95.
FERNANDES, Florestan. (1981). Poder e contrapoder na América Latina. São Paulo: Expressão Popular, 2015.
FERNANDES, Florestan. (1979). Apontamentos sobre a “teoria do autoritarismo”. São Paulo: Expressão popular, 2019.
FINLEY, Moses. Democracia antiga e moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1988.
GAGO, Verónica; MEZZADRA, Sandro. Para una crítica de las operaciones extractivas del capital: patrón de acumulación y lucha sociales en el tiempo de la financiarización. Nueva Sociedad, n. 255, p. 38-52, 2015. Disponível em: https://nuso.org/articulo/para-una-critica-de-las-operaciones-extractivas-del-capital-patron-de-acumulacion-y-luchas-sociales-en-el-tiempo-de-la-financiarizacion/. Acesso em: 29 nov. 2024.
HARVEY, David. O neoliberalismo: história e implicações. São Paulo: Loyola, 2008.
MIGUEL, Luis Felipe. Democracia na periferia capitalista: impasses do Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2022.
MISES, Ludwig von. Liberalism: in the classical tradition. Auburn: Mises Institute, 2018.
POULANTZAS, Nicos. O Estado, o poder, o socialismo. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1980.
RILEY, Dylan; BRENNER, Robert. Siete tesis sobre la política estadounidense. New Left Review, n. 138, p. 7-31, 2023. Disponível em: https://newleftreview.es/issues/138/articles/seven-theses-on-american-politics-translation.pdf. Acesso em: 29 nov. 2024.
SAAD FILHO, Alfredo; MORAIS, Lecio. Brasil: neoliberalismo versus democracia. São Paulo: Boitempo, 2018.
SCHUMPETER, Joseph A. Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Zahar, 1984.
SINGER, André. Os sentidos do lulismo: reforma gradual e pacto conservador. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
SOUZA, Ronaldo Tadeu de. Lições de Florestan Fernandes para o antirracismo radical. Outras Palavras, 19 maio 2023. Disponível em: https://outraspalavras.net/movimentoserebeldias/licoes-de-florestan-para-o-antirracismo-radical/. Acesso em: 29 nov. 2024.
STREECK, Wolfgang. Tempo comprado: a crise adiada do capitalismo democrático. São Paulo:Boitempo, 2018.
WOOD, Ellen Meiksins. Democracia contra capitalismo: a renovação do materialismo histórico. São Paulo, Boitempo, 2003.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista do Instituto de Estudos Brasileiros

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
- Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição CC-BY.