As duas vertentes marxistas da teoria da dependência e seus limites: para uma nova síntese da economia política histórico-estrutural

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/2316901X.n90.2025.e10739

Palavras-chave:

Dependência, Superexploração, Método histórico-estrutural

Resumo

O artigo defende que a teoria da dependência tem duas vertentes marxistas. A primeira enfatizou a dependência econômica relativa à subordinação das economias dependentes ao capitalismo mundial, enquanto a segunda enfatizou a dependência política. Depois de criticá-las simpaticamente, sugere-se o que é atual e se propõe um método para nova síntese histórico-estrutural que evite os vícios de economicismo e politicismo que caracterizam as duas vertentes.

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Biografia do Autor

  • Pedro Paulo Zahluth Bastos, Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Economia

    Livre-docente do Instituto de Economia da Universidade Estadual Paulista (IE/Unicamp).

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Publicado

2025-05-07

Edição

Seção

Dossiê Teoria da dependência

Como Citar

Bastos, P. P. Z. (2025). As duas vertentes marxistas da teoria da dependência e seus limites: para uma nova síntese da economia política histórico-estrutural. Revista Do Instituto De Estudos Brasileiros, 1(90), e10739. https://doi.org/10.11606/2316901X.n90.2025.e10739