As duas vertentes marxistas da teoria da dependência e seus limites: para uma nova síntese da economia política histórico-estrutural
DOI:
https://doi.org/10.11606/2316901X.n90.2025.e10739Palavras-chave:
Dependência, Superexploração, Método histórico-estruturalResumo
O artigo defende que a teoria da dependência tem duas vertentes marxistas. A primeira enfatizou a dependência econômica relativa à subordinação das economias dependentes ao capitalismo mundial, enquanto a segunda enfatizou a dependência política. Depois de criticá-las simpaticamente, sugere-se o que é atual e se propõe um método para nova síntese histórico-estrutural que evite os vícios de economicismo e politicismo que caracterizam as duas vertentes.
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