Nos rastros do imaginário: a literatura e a história em Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado
DOI:
https://doi.org/10.11606/2316901X.n90.2025.e10727Palavras-chave:
Imaginário, Literature, HistóriaResumo
Este artigo se propõe a analisar como o contexto histórico de Ilhéus, no interior da Bahia, durante a década de 1920, aparece na obra Gabriela, cravo e canela (1958), de Jorge Amado. O objetivo é compreender como a história pode servir para o escritor na criação da sua obra literária, assim como a literatura pode servir para o historiador na criação do registro histórico de determinada época. Adotamos como principal arcabouço teórico a noção de “imaginário” (PESAVENTO, 2006) em diálogo com as ideias de “lastro do real” (CANDIDO, 2000) e “história secreta” (PIGLIA, 2004). A metodologia de análise busca dar conta de um estudo crítico e interdisciplinar com diferentes referências dos campos da historiografia e dos estudos literários. Evidenciamos, enfim, como o contexto histórico de um período pode ser útil para a criação literária diferenciada dos escritores e, do mesmo modo, como a literatura de uma época pode servir aos registros também diferenciados dos historiadores.
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