Mário de Andrade, estudioso do preconceito e da linha de cor no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/2316901X.n91.2025.e10730Palavras-chave:
Preconceito de cor, Mário de Andrade, Racismo no BrasilResumo
O presente artigo estuda uma parcela de documentos no acervo de Mário de Andrade do IEB/USP, com o aporte da crítica genética, visando aproximar o estudioso cultural do manuscrito “Preto”, o diretor do Departamento de Cultura da cidade de São Paulo – idealizador das comemorações do Cinquentenário da Abolição – e o ensaísta de “Estudos sobre o negro”, segunda parte da obra póstuma Aspectos do folclore brasileiro (2019). O diálogo entre as produções confirma que Mário de Andrade identifica a existência de um preconceito de cor à brasileira e, ao vivenciar consequências da violência racial, alcança a compreensão de uma complexidade do racismo no Brasil, semelhante ao atualmente denominado racismo institucional (VINUTO, 2023).
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