Um sertão abismo
DOI:
https://doi.org/10.11606/2316901X.n91.2025.e10751Palavras-chave:
Paisagem, sertão, sublimeResumo
O texto se propõe a pensar o imaginário e as poéticas dos sertões procurando na linguagem um arcabouço simbólico para reflexão acerca do habitar. Ao se questionar o solo fenomenológico dos sertões, logo se percebe a natureza sublime da paisagem, evocando o caráter maravilhoso e áspero na clivagem entre terra e céu. Tal dimensão torna-se uma provocação diante do lugar que ocupa o sertão no pensamento brasileiro, ou seja, deve-se olharpara o mundo rústico como o avesso da modernidade. Sob essa perspectiva abre-se a ruptura entre sertão e cidade.
Downloads
Referências
ARINOS, Afonso. Pelo sertão: histórias e paisagens. Rio de Janeiro: ABL, 2005.
BARROSO, Gustavo. Vida e história da palavra sertão. Salvador: Núcleo Sertão-UFBA, 1983.
BISILLIAT, Maureen. Sertões, luz e trevas. São Paulo: Rhodia, 1982.
BLUTEAU, Raphael. Vocabulário de portuguez, latino, áulico, anatômico, architectonico, bellico, botanico..., autorizado com exemplo dos melhores escritores portuguezes e latinos e offerecido a El Rey de Portugal D. João V pelo Padre Dom Raphael Bluteau. v. 6. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesus; Lisboa: Officina de Pascoal da Sylva, 1712-1728.
BORGES, Jorge Luis. O jardim de veredas que se bifurcam. In: BORGES, Jorge Luis. Ficções (1944). São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 80-93.
CANDIDO, Antonio. Os parceiros do Rio Bonito. São Paulo: Editora 34/Duas Cidades, 2011.
CASEY, Edward. Getting back into place: toward a renewed understanding of the place-world. Studies in Continental Thought. Indiana: Indiana University Press, 2009.
COLLOT, Michel. Poética e filosofia da paisagem. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2013.
COSTA, Ana Luiza Martins. João Rosa, viator. In: FANTINI, Marli (Org.). A poética migrante de Guimarães Rosa. Belo Horizonte: UFMG, 2008, p. 312-348.
CUNHA, Euclides da. Preâmbulo. In: RANGEL, Alberto. Inferno verde: (scenas e scenarios do Amazonas). Tours: typographia Arrault, 1927, p. VI-VII.
CUNHA, Euclides da. (1902). Os sertões: campanha de Canudos. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.
DERRIDA, Jacques. Khôra. Campinas: Papirus, 1995.
ELIOT, T. S. The waste land. New York: Boni & Liveright, 1922.
FREUD, Sigmund. O infamiliar e outros escritos. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
HEGEL, Georg W. Friedrich. Cursos de estética. v. 1. São Paulo: Edusp, 2015.
HEIDEGGER, Martin. Caminhos de floresta. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2002.
HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2012a.
HEIDEGGER, Martin. Construir, habitar, pensar. In: HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. 8. ed. Tradução de Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2012b, p. 125-141. (Coleção Pensamento Humano).
HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2015. (Coleção Pensamento Humano).
LIMA, Nísia Trindade. Prefácio à segunda edição: o avesso do moderno. In: LIMA, Nísia Trindade. Um sertão chamado Brasil. São Paulo: Hucitec, 2013, p. 13-43. (Pensamento Político-Social).
MACHADO, Alcântara. Vida e morte do bandeirante. São Paulo: Empreza Gráphica da Revista dos Tribunaes, 1929.
MARRAS, Stelio (Org.). Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda. São Paulo: Edusp; IEB, 2012.
MELO NETO, João Cabral de. A educação pela pedra e outros poemas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.
NUNES, Benedito. Passagem para o poético: Filosofia e poesia em Heidegger. São Paulo: Edições Loyola, 2012.
NUNES, Benedito. A viagem. In: NUNES, Benedito. A Rosa o que é de Rosa. Rio de Janeiro: Difel, 2013, p. 78-86.
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. São Paulo: Todavia, 2024.
RANGEL, Alberto. Inferno verde: (scenas e scenarios do Amazonas). Tours: typographia Arrault, 1927.
RICOEUR, Paul. História e verdade. Rio de Janeiro: Forense, 1968.
RILKE, Rainer Maria. As quadras de Valais. São Paulo: Cobalto, 2023.
RISÉRIO, Antonio. A cidade no Brasil. São Paulo: Editora 34, 2012.
ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
SARAMAGO, Lígia. A topologia do ser: lugar, espaço e linguagem no pensamento de Martin Heidegger. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio/São Paulo: Loyola, 2008.
SIMMEL, George. As grandes cidades e a vida do espírito (1903). Mana, São Paulo, v.11, n. 2, out. 2005, p. 577-591. https://doi.org/10.1590/S0104-93132005000200010.
SOUZA, Bernardino José de. Dicionário da terra e da gente do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1961.
VAINFAS, Ronaldo (Org.). Dicionário do Brasil Colonial: 1500-1808. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista do Instituto de Estudos Brasileiros

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
- Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição CC-BY.