Sobre um conjunto de telas de Tarsila do Amaral: anos 1940
DOI:
https://doi.org/10.11606/2316901X.n92.2025.e10762Palavras-chave:
Tarsila do Amaral, Surrealismo, Obras tardiasResumo
Com base na exposição “Tarsila do Amaral: peindre le Brésil moderne”, ocorrida no Musée du Luxembourg (Paris, 2024-2025), é notável como algumas telas da artista, feitas nos anos de 1940, ganham relevo por elementos que as aproximam e as distinguem em relação às suas fases Social e Neo Pau-Brasil. Em Lenhador em repouso (1940), Terra (1943), Primavera (duas figuras) (1946), Praia (1947) e Estratosfera (1947), vemos pinceladas rápidas e leves, quase pontilhistas, e também relativo distanciamento do realismo social pictórico que praticava, retomando os ambientes metafísicos e o gigantismo onírico próprios ao período antropofágico, bastante característicos de obras como Urutu (1928), Antropofagia (1929) e Abaporu (1928), mas de forma distinta. Em razão de sua composição pictórica bastante particular e das poucas interpretações a eles dedicadas, pretende-se analisar tais obras em conjunto e ensaiar uma interpretação mais geral a respeito delas.
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