Observação imaginativa e desfetichização em “Noite morta”, de Manuel Bandeira
DOI:
https://doi.org/10.11606/2316901X.n92.2025.e10764Palavras-chave:
Manuel Bandeira, Poesia brasileira, CatarseResumo
O artigo apresenta uma análise do poema “Noite morta”, de Manuel Bandeira, de O ritmo dissoluto (1924). A análise busca demonstrar, considerando a especificidade estética do texto, o caráter desfetichizador do poema de Bandeira, tomando por base conceitos lukacsianos como “vivência receptiva” e “catarse”. A hipótese central é a de que o poema apresenta ao leitor um percurso que vai da singularidade da situação cotidiana à genericidade humana através da constituição de um sistema de ambivalências que remete o poema à tendência desfetichizadora da arte
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