Neste Espaço Preto não circula!: conflitos urbanos no pós-abolição
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-4506.v17i3p132-144Palavras-chave:
Conflitos Urbanos, Processos Crimes, Racismo, Pós-Abolição em São Carlos-SPResumo
O fim do sistema escravista no Brasil não garantiu a inclusão do negro e da negra na sociedade. Os projetos de marginalização do povo negro ganharam corpo e força no pós-abolição, tornando a vivência desses sujeitos uma luta constante. Herdeiros de uma cultura escravista extremamente arraigada, os indivíduos brancos das elites urbanas no Brasil empreenderam uma série de ações para garantir a manutenção de privilégios e impedir que negros e negras, ex-escravos ou não, juntamente aos demais pobres da cidade, tivessem livre acesso a espaços e serviços. Desse modo, legislações e projetos urbanísticos caminharam lado a lado às teorias do racismo científico, surgidas na Europa no século XIX, com o objetivo de legitimar ações de exclusão e marginalização de negros e pobres. O presente artigo, tomando por objeto de estudo o espaço urbano de São Carlos – SP nas primeiras décadas do pós-abolição, analisa de modo particular a criminalização da cor como ferramenta principal para a materialização de tais propósitos de exclusão. Para isso, articula autores, como José Lira, Flávio Gomes, Walter Fraga Filho, entre outros, relatos orais, códigos de posturas e processos criminais que tiveram como alvo principal sujeitos e corpos negros envolvidos em conflitos judiciais e que foram alvo de racismo por ousarem se apropriar de um espaço urbano constituído cada vez mais como não disponível aos “homens e mulheres de cor”.
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