Porto Maravilha, uma década e meia depois
DOI:
https://doi.org/10.11606/1984-4506.risco.2024.216422Palavras-chave:
gentrificação, ecologia urbana, waterfront, ecótono urbano, patrimônio culturalResumo
Identificam-se as fragilidades urbanísticas e sociais do projeto de requalificação do tipo waterfront, que integra o projeto Porto Maravilha, RJ. Do ponto de vista teórico, utiliza-se o conceito de “ecótono urbano”, além de documentos prospectados em variadas fontes. Sob a perspectiva empírica, serão observados cenários consolidados, além de consultas recentes à comunidade local que proporcionam novas perspectivas de análise. Busca-se revisitar a região e confrontar as intenções reais - ou pretextos iniciais, - com as realidades efetivamente implantadas. O Porto Maravilha (2009) objetivou criar uma nova centralidade urbana a partir da Zona Portuária carioca propondo intervenções arquitetônicas, paisagísticas e urbanísticas, que colocaram o habitante tradicional em segundo plano. A partir desta premissa, entende-se que foi criada uma área de atrito, um ecótono urbano, em relação às comunidades tradicionais, principalmente as localizadas nos morros da Conceição, do Pinto, da Providência e do Livramento, situadas na área foco do projeto.
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