O controle da tuberculose na ótica de profissionais do Consultório na Rua
DOI:
https://doi.org/10.1590/1518-8345.2691.3095Palavras-chave:
Enfermagem em Saúde Comunitária, Saúde Pública, Tuberculose, Pessoas em Situação de Rua, Populações Vulneráveis, Vulnerabilidade em SaúdeResumo
Objetivo: apresentar a percepção de profissionais sobre moradores de rua que realizam o tratamento da tuberculose e identificar ações de controle da doença ofertadas a esta população. Método: estudo exploratório e descritivo envolvendo 17 profissionais que atuaram em Consultórios na Rua. Utilizou-se um roteiro semiestruturado composto de questões fechadas e uma questão norteadora. Os depoimentos foram analisados pela técnica da análise de discurso, resultando na identificação de duas categorias analíticas: 1. Significados atribuídos à pessoas com tuberculose que moram na rua, e 2. O controle da tuberculose na rua. Resultados: a análise identificou situações que dificultaram a adesão ao tratamento da tuberculose, tais como os motivos para morar na rua, condições de vida, e características do modo de ser (dependência de álcool e outras drogas, imediatismo, deslocamentos, e falta de perspectivas). A análise indicou que esta população tem conhecimento sobre a doença. Além disso, houve dificuldade de resolver diversos problemas, incluindo as condições e estilo de vida, estigma social, deslocamentos, uso de drogas e inexistência de projeto de vida. Conclusão: o enfrentamento da complexidade das situações envolvendo moradores de rua impõe limites ao trabalho de profissionais de saúde pois tais situações transcendem o âmbito da saúde e requerem ações de cunho intersetorial.