Síndrome metabólica em trabalhadores de turnos fixos

Autores

  • Raquel Canuto Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Marcos Pascoal Pattussi Universidade do Vale do Rio dos Sinos
  • Jamile Block Araldi Macagnan Universidade do Estado de Santa Catarina; Departamento de Enfermagem
  • Ruth Liane Henn Universidade do Vale do Rio dos Sinos
  • Maria Teresa Anselmo Olinto Universidade de Ciências da Saúde de Porto Alegre; Departamento de Nutrição

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005524

Resumo

OBJETIVO Analisar se síndrome metabólica e seus componentes alterados estão associados a fatores demográficos, socioeconômicos e comportamentais em trabalhadores de turnos fixos. MÉTODOS Estudo transversal com amostra de 902 trabalhadores de turnos, de ambos os sexos, de um frigorífico de frango do sul do Brasil, em 2010. O diagnóstico da síndrome metabólica foi determinado pelas recomendações do Harmonizing the Metabolic Syndrome; e sua frequência foi avaliada segundo características demográficas (sexo, cor de pele, idade e estado civil), socioeconômicas (escolaridade, renda e turno de trabalho) e comportamentais (tabagismo, consumo de álcool, atividade física de lazer, número de refeições/dia e duração do sono). A análise multivariada seguiu um modelo conceitual de determinação da síndrome metabólica em trabalhadores de turnos fixos. RESULTADOS A prevalência de síndrome metabólica foi 9,3% (IC95% 7,4;11,2). O componente mais frequentemente alterado foi a circunferência da cintura (RP 48,4%; IC95% 45,5;51,2), seguido pela lipoproteína de alta densidade. O turno de trabalho não esteve associado à síndrome metabólica e aos seus componentes alterados. Após ajustes, a prevalência da síndrome metabólica foi positivamente associada ao sexo feminino (RP 2,16; IC95% 1,28;3,64), a trabalhadores com 40 anos ou mais (RP 3,90; IC95% 1,78;8.93) e àqueles que reportaram dormir cinco horas ou menos por dia (RP 1,70; IC95% 1,09;2,24). Por outro lado, a síndrome metabólica esteve negativamente relacionada à escolaridade e a fazer mais do que três refeições por dia (RP 0,43 IC95% 0,26;0,73). CONCLUSÕES Ser mulher, possuir idade mais avançada e ter privação de sono mostraram-se potenciais fatores de risco para síndrome metabólica, enquanto ter maior escolaridade e realizar maior número de refeições/dia foram fatores de proteção para síndrome metabólica em trabalhadores de turnos fixos.

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Publicado

2015-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Canuto, R., Pattussi, M. P., Macagnan, J. B. A., Henn, R. L., & Olinto, M. T. A. (2015). Síndrome metabólica em trabalhadores de turnos fixos. Revista De Saúde Pública, 49, 1-8. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005524