Autoavaliação de saúde por pacientes em hemodiálise no Sistema Único de Saúde

Autores

  • Tiago Ricardo Moreira Universidade Federal de Viçosa; Departamento de Medicina e Enfermagem
  • Luana Giatti Universidade Federal de Ouro Preto; Escola de Nutrição; Departamento de Nutrição Clínica e Social
  • Cibele Comini Cesar Universidade Federal de Minas Gerais; Instituto de Ciências Exatas; Departamento de Estatística
  • Eli Iola Gurgel Andrade Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Francisco de Assis Acurcio Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Farmácia; Departamento de Farmácia Social
  • Mariângela Leal Cherchiglia Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050005885

Resumo

OBJETIVO Analisar se nível de complexidade de estrutura dos serviços e características sociodemográficas e clínicas de pacientes em hemodiálise estão associados à prevalência de autoavaliação de saúde ruim. MÉTODOS Neste estudo transversal, foram avaliados 1.621 pacientes com doença renal crônica terminal em hemodiálise acompanhados em 81 serviços de diálise no Sistema Único de Saúde, no ano de 2007. A amostragem foi realizada por conglomerado em dois estágios e um questionário estruturado foi aplicado aos participantes. Para análise dos dados, foi usada regressão logística múltipla multinível. RESULTADOS A prevalência de autoavaliação de saúde ruim foi de 54,5%, e na análise multivariada apresentou associação com as seguintes variáveis: aumento da idade (OR = 1,02; IC95% 1,01–1,02), estado civil separado ou divorciado (OR = 0,62; IC95% 0,34–0,88), ter doze anos ou mais de estudo (OR = 0,51; IC95% 0,37–0,71), gastar mais de 60 min no deslocamento entre a casa e o serviço de diálise (OR = 1.80; IC95% 1,29–2,51), apresentar três ou mais doenças autorreferidas (OR = 2,20; IC95% 1,33–3,62) e relatar alguma (OR = 2,17; IC95% 1,66–2,84) ou muita (OR = 2,74; IC95% 2,04–3,68) dificuldade para dormir. Indivíduos em tratamento nos serviços de diálise com maior nível de complexidade na estrutura apresentaram menor chance de autoavaliar sua saúde como ruim (OR = 0,59; IC95% 0,42–0,84). CONCLUSÕES Autoavaliação de saúde ruim mostrou-se associada à idade, anos de estudo, estado civil, tempo de deslocamento de casa até o serviço de diálise, número de doenças autorreferidas, relato de dificuldade para dormir e também ao nível de complexidade da estrutura dos serviços de saúde. O reconhecimento desses fatores pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias para melhorar a saúde dos pacientes em hemodiálise no Sistema Único de Saúde.

Publicado

2016-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Moreira, T. R., Giatti, L., Cesar, C. C., Andrade, E. I. G., Acurcio, F. de A., & Cherchiglia, M. L. (2016). Autoavaliação de saúde por pacientes em hemodiálise no Sistema Único de Saúde . Revista De Saúde Pública, 50, 10. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050005885