Qualidade do rastreamento do câncer de colo uterino no Brasil: avaliação externa do PMAQ

Autores

  • Mara Rejane Barroso Barcelos Universidade Federal do Espírito Santo; Centro de Ciências da Saúde; Departamento de Ginecologia e Obstetrícia
  • Rita de Cássia Duarte Lima Universidade Federal do Espírito Santo; Centro de Ciências da Saúde; Departamento de Enfermagem
  • Elaine Tomasi Universidade Federal de Pelotas; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Social
  • Bruno Pereira Nunes Universidade Federal de Pelotas; Faculdade de Enfermagem; Departamento de Enfermagem
  • Suele Manjourany Silva Duro Universidade Federal de Pelotas; Faculdade de Enfermagem; Departamento de Enfermagem
  • Luiz Augusto Facchini Universidade Federal de Pelotas; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Social

DOI:

https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006802

Palavras-chave:

Neoplasias do Colo do Útero, diagnóstico, Fatores Socioeconômicos, Serviços de Saúde da Mulher, Avaliação de Programas e Projetos de Saúde

Resumo

OBJETIVO Analisar se as variáveis demográficas, socioeconômicas e da organização dos serviços estão associadas à qualidade do rastreamento do câncer de colo uterino. MÉTODOS Inquérito realizado em serviços de saúde das cinco regiões brasileiras em 2012. A amostra foi composta por usuárias de unidades básicas de saúde participantes do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica. As variáveis independentes analisadas foram: características socioeconômicas (contexto municipal); características demográficas (perfil de usuárias); e dois domínios relativos à organização dos serviços básicos (estrutura e processo de trabalho). A baixa qualidade do rastreamento foi avaliada por meio da falta de acesso, atraso na realização do exame e falta de recebimento de orientações. Análises bruta e ajustada por meio de regressão de Poisson avaliaram a associação entre os desfechos e as variáveis independentes. RESULTADOS A falta de acesso, atraso na realização do exame e falta de recebimento de orientações foram de 6,7%, 11,2% e 19,2%, respectivamente. Os problemas de qualidade foram menores de acordo com o aumento do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e da renda familiar per capita, aumentando com o porte populacional e a cobertura municipal da Estratégia Saúde da Família. A região Centro-Oeste do país apresentou as maiores ocorrências dos desfechos de baixa qualidade. As mulheres de raça indígena e amarela tiveram as maiores prevalências dos desfechos. As mulheres com companheiro, que recebiam o benefício do Programa Bolsa Família e tinham trabalho remunerado tiveram menos falta de acesso, menos atraso na realização do exame e menos falta de recebimento de orientações. O processo de trabalho adequado nos serviços de saúde diminuiu a probabilidade de baixa qualidade em todos os indicadores. CONCLUSÕES Investimentos em processo de trabalho das equipes de saúde, programas sociais de transferência de renda e condições sociais da população são essenciais para melhorar a qualidade do programa de rastreamento de colo de útero no Brasil.

Publicado

2017-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Barcelos, M. R. B., Lima, R. de C. D., Tomasi, E., Nunes, B. P., Duro, S. M. S., & Facchini, L. A. (2017). Qualidade do rastreamento do câncer de colo uterino no Brasil: avaliação externa do PMAQ. Revista De Saúde Pública, 51, 67. https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006802