Variabilidade climática aumenta a morbimortalidade associada ao material particulado

Autores

  • Poliany Cristiny de Oliveira Rodrigues Universidade do Estado de Mato Grosso
  • Samya de Lara Pinheiro Aria do Brasil
  • Washington Junger Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Eliane Ignotti Universidade do Estado de Mato Grosso
  • Sandra de Souza Hacon Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública

DOI:

https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051006952

Palavras-chave:

Material Particulado, efeitos adversos. Poluentes do Ar. Doenças Cardiovasculares, epidemiologia. Fatores de Risco. Estações do Ano. Estudos Ecológicos. Estudos de Séries Temporais

Resumo

OBJETIVO: Analisar se o material particulado fino (PM2,5), bem como seu efeito sinérgico com a temperatura máxima, a umidade e as estações do ano estão associados à morbimortalidade por doenças cardiovasculares. MÉTODOS: Estudo ecológico de séries temporais. Foram utilizados como desfechos os registros diários de óbito e internação em adultos com 45 anos ou mais de idade para os anos de 2009 a 2011 nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, Mato Grosso, Brasil. Utilizou-se regressão de Poisson via modelos aditivos generalizados, assumindo-se um nível de significância de 5%. O modelo foi controlado para tendência temporal, sazonalidade, temperatura média, umidade e efeitos de calendário. Concentrações diárias de PM2,5 (material particulado com diâmetro aerodinâmico inferior a 2,5 micrômetros) foram obtidas por meio da conversão dos valores da espessura ótica de aerossóis. Temperatura máxima, umidade e estações do ano foram incluídas separadamente ao modelo como variáveis indicadoras para análise do efeito sinérgico do PM2,5 com a morbimortalidade por doenças cardiovasculares. Foi calculado o aumento percentual de risco relativo (%RR) dos óbitos e internações para o aumento linear de 10 μg/m3 de PM2,5. RESULTADOS: Entre 2009 e 2011, o aumento de PM2,5 foi associado a um %RR 2,28 (IC95% 0,53–4,06) para internações no mesmo dia de exposição e %RR 3,57 (IC95% 0,82–6,38) para óbitos com uma defasagem de três dias. Em dias quentes, observou-se %RR 4,90 (IC95% -0,61–9,38) para óbitos. Não foi observada modificação de efeito do PM2,5 pela temperatura máxima relacionada as internações. Em dias com baixa umidade, o %RR foi 5,35 (IC95% -0,20–11,22) para óbitos e 2,71 (IC95% -0,39–5,92) para internações. Na estação seca, o %RR foi 2,35 (IC95% 0,59–4,15) para internações e 3,43 (IC95% 0,58–6,35) para óbitos. CONCLUSÕES: O PM2,5 está associado à morbimortalidade por doenças cardiovasculares e seus efeitos podem ser potencializados pelo calor, pela baixa umidade e durante a estação seca

Publicado

2017-10-11

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Rodrigues, P. C. de O., Pinheiro, S. de L., Junger, W., Ignotti, E., & Hacon, S. de S. (2017). Variabilidade climática aumenta a morbimortalidade associada ao material particulado. Revista De Saúde Pública, 51, 91. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051006952