Meta-avaliação de um processo participativo no fortalecimento da gestão municipal

Autores

  • Cristiane Andrea Locatelli de Almeida Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
  • Oswaldo Yoshimi Tanaka Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Política, Gestão e Saúde

DOI:

https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051007047

Palavras-chave:

Avaliação em Saúde, métodos. Avaliação de Processos (Cuidados de Saúde). Planejamento Participativo. Gestor de Saúde. Tomada de Decisões. Administração de Serviços de Saúde. Pesquisa Qualitativa.

Resumo

OBJETIVO: Meta-avaliar, com foco na participação, um processo avaliativo desenvolvido por secretários e assessores municipais de uma região de saúde do estado de São Paulo, tendo em vista a necessidade de reflexão teórica sobre práticas de avaliação participativa na área da Saúde no contexto brasileiro. MÉTODOS: Pesquisa qualitativa que utilizou, para análise do material empírico, o referencial desenvolvido por Daigneault e Jacob (2009), englobando três dimensões da participação: direção do processo avaliativo, diversidade dos participantes e extensão do envolvimento dos mesmos. Foram destacadas decisões ou aspectos contextuais que fizeram com que a opção participativa fosse aprofundada ou limitada no processo em foco. RESULTADOS: Identificou-se a presença e importante atuação de atores interessados “não especialistas em avaliação”, por meio da participação tanto na direção do processo avaliativo como em suas diferentes etapas. O grupo formado partiu de seus próprios incômodos somados à necessidade de informação e reflexão para a definição do tema e escopo da avaliação; a utilização do processo por eles planejada guiou a definição dos dados a serem coletados e o formato da disseminação dos resultados; a análise do material empírico foi empreendida de forma conjunta pelos participantes. No tocante à terceira dimensão, foi identificada uma limitação quanto à diversidade de atores envolvidos em função da priorização da possibilidade de trabalho aprofundado com um grupo fixo de gestores. CONCLUSÕES: Afirma-se que não existe um “modelo ideal de participação” para avaliações. Em determinados contextos e estruturas, oportunidades reais de participação – mesmo que pareçam frágeis à primeira vista – devem ser aproveitadas, exigindo, para tanto, flexibilidade e reflexão crítica por parte dos responsáveis pelos processos avaliativos, visando a empreender as adequações que se fizerem necessárias.

Publicado

2017-11-27

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Almeida, C. A. L. de, & Tanaka, O. Y. (2017). Meta-avaliação de um processo participativo no fortalecimento da gestão municipal. Revista De Saúde Pública, 51, 99. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051007047